Cerca de 37% da água tratada no Brasil é perdida, aponta levantamento

Volume perdido seria suficiente para abastecer 54 milhões de brasileiros em um ano

Índice é o menor desde 2016
Reprodução/Freepik

Cerca de 37% da água tratada distribuída foi perdida antes de chegar às residências brasileiras em 2022. O dado é do Estudo de Perdas de Água 2024, do Instituto Trata Brasil, que analisou os 100 municípios mais populosos do país no ano.

O índice é o menor desde 2016, mas ainda está bem acima do máximo de 25%, estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional como nível excelente de perdas.

Goiás é o estado com menos perdas em todo o país, com 28,34%. Rio de Janeiro, Mato Grosso, Distrito Federal e São Paulo completam o top-5, respectivamente.

Entre os que mais perdem água tratada durante a distribuição, o Amapá lidera, com 71,14%, seguido por Acre, Rondônia e Roraima, todos na Região Norte do país.

A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, explica de que forma a água tratada pode ser perdida durante o processo de distribuição.

Essas perdas podem ser perdas físicas, que são os vazamentos visíveis ou ocultos, que estão embaixo da superfície do pavimento, ou ainda perdas comerciais, que são os gatos, os furtos de água, ou ainda os erros de mediação. Essas perdas representam 3,6 bilhões de metros cúbicos de água perdida em um ano. São 7.600 piscinas olímpicas de água tratada perdida diariamente nos nossos sistemas de distribuição, diz a Luana.

Segundo o Instituto Trata Brasil, 32 milhões de pessoas sofrem com a ausência de água tratada no país. A presidente Luana Pretto também comenta que o desperdício afeta no custo do insumo pago pelos cidadãos.

A partir do momento em que eu estou captando a água do rio, tratando essa água com produtos químicos, utilizando energia elétrica para bombear essa água para a população e perdendo essa água no sistema de distribuição, todo esse custo operacional acaba estando incutido na tarifa que é pega pelo cidadão. Ou seja, a gente acaba pagando pela ineficiência n o sistema de distribuição de água, complementa a presidente.

O volume perdido seria suficiente para abastecer 54 milhões de brasileiros em um ano, mais de um quarto da população.

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