Quase 120 escolas da cidade do Rio de Janeiro estão em áreas de risco climático, sujeitas a enchentes e deslizamentos. A informação faz parte de um estudo do Instituto Alana, que analisou mais de vinte mil escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental em todas as capitais do Brasil.
De acordo com a pesquisa, 19 mil alunos são impactados pela localização das escolas na capital fluminense. Este é o quinto maior número entre as capitais brasileiras, atrás apenas de Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Recife.
O levantamento inclui escolas das redes pública e privada e busca entender o acesso que as crianças e adolescentes têm a áreas verdes e a resiliência das instituições frente aos riscos climáticos.
O gerente de Natureza do Instituto Alana, JP Amaral, destaca o grande impacto dos números do Rio de Janeiro na comparação com outras capitais brasileiras.
O estudo também relaciona as informações a traços de desigualdade racial, territorial e socioeconômica. A pesquisa mostra que cerca de 90% das escolas em áreas de risco no país estão dentro ou em um raio de até 500 metros de favelas e comunidades urbanas.
Além disso, 51% das escolas em áreas de risco climático têm maioria de alunos que se declaram negros, o que, para JP Amaral, evidencia a conexão entre desigualdade e fatores climáticos.
A pesquisa observou, ainda, que faltam áreas verdes, tanto dentro, quanto no entorno das escolas. A situação é particularmente preocupante na educação infantil. 43,5% das escolas nesse nível de ensino não contam com áreas verdes.