Central-RJ apresenta plano de contingência no transporte ferroviário para o caso de saída da SuperVia

Relatório apresentado prevê manutenção do sistema, equipe para a operação, acordos com fornecedores para suprimentos e logística e formação de parcerias com empresas privadas e órgãos do governo

Por Bruna Navarro

Novo modelo de gestão está em discussão
Divulgação

Uma empresa ligada à Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, a Central-RJ, apresentou um plano de contingência para o funcionamento dos trens, que deve ser acionado se a SuperVia deixar a prestação do serviço.

No começo de junho, depois da concessionária alegar que só teria caixa para continuar à frente do sistema até julho deste ano, o governo afirmou que não iria mais liberar dinheiro para a empresa e que pretendia assumir o serviço ainda este mês.

Na terça-feira (11), no entanto, durante uma audiência pública na Alerj, um representante da Secretaria de Transportes, afirmou que vai precisar readequar o prazo para assumir o serviço dos trens.

O relatório apresentado prevê manutenção do sistema, equipe para a operação, acordos com fornecedores para suprimentos e logística e formação de parcerias com empresas privadas e órgãos do governo, além de uma tabela com intervalos e horários dos trens para cada ramal.

No documento, há previsão de mudanças operacionais que visam garantir o transporte dos mais de 300 mil passageiros diários. O texto ainda pode passar por alterações, e precisa de validação da pasta e da procuradoria do estado.

Representantes do Tribunal de Contas do Estado, da Defensoria e da Agetransp participaram da reunião. A concessonária não enviou representante para a audiência pública.

Segundo o presidente da Central RJ, Fabrício Abílio, um novo modelo de gestão está em discussão. A ideia é contratar uma empresa terceirizada para operar o sistema e uma outra para fazer a manutenção.

Esse plano de contingenciamento foi elaborado após visitas em vários sistemas espalhados pelo Brasil, como Brasília, BH, São Paulo, na CPTM, onde observamos uma modelagem no sentido de ter dois contratos de terceirização, um de manutenção e outro de operação. E a central logística, que funciona como apoio técnico-operacional da Secretaria Estadual de Transporte e Mobilidade, funcionaria na fiscalização desses contratos.

Na semana passada, o secretário Washington Reis havia dito à reportagem da BandNews FM que o estado estava com o plano de contingência pronto para suceder a SuperVia até o final do mês.

O estado do Rio disse que não vai liberar mais dinheiro para a empresa, após a concessionária não cumprir com as obrigações previstas no contrato de concessão. No entanto, a Supervia afirma que a Secretaria de Transporte deve mais de um R$ 1 bilhão à companhia.

A SuperVia já foi multada em mais de R$ 20 milhões pela Agetransp. No entanto, apenas R$ 1 milhão foram pagos e o restante está judicializado.

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