Os casos de violência política registrados no Brasil entre os meses de janeiro e junho cresceram 23% em relação ao mesmo período de 2020. A informação é de uma pesquisa do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio.
De acordo com o levantamento, durante os primeiros seis meses deste ano já foram observados 214 episódios, que incluem ameaças, agressões e atentados contra políticos e familiares. Já durante o primeiro semestre de 2020, quando ocorreram eleições municipais, foram registrados, ao todo, 174 casos.
O estudo mostrou ainda que entre abril e junho de 2022 foram 101 ocorrências, divididas por 23 estados. O Sudeste foi a região mais atingida, com 37 episódios, seguida pelo Nordeste, com 32. Logo depois, aparecem na lista o Sul com 12, o Norte com 9 e o Centro-Oeste com 7.
Na análise do cientista político Guilherme Carvalhido, os números podem ter relação com o processo de radicalização que vem sendo observado recentemente no país.
Em relação aos estados, São Paulo, com 17 ocorrências, foi o mais atingido. Bahia e Rio de Janeiro, com 10 cada, aparecem na segunda colocação. Durante o período analisado pela UniRio, não foram identificados casos de violência no Acre, Alagoas, Amapá e Roraima.
Ainda de acordo com o levantamento, as ameaças permanecem sendo o tipo de violência com maior incidência. No segundo trimestre, 37 lideranças políticas sofreram algum tipo de intimidação.
Em seguida, são listados 27 episódios de agressões, 19 homicídios, nove atentados, cinco homicídios de familiares, dois sequestros e também dois sequestros de familiares. O Nordeste foi a região que contabilizou o maior número de assassinatos: 10.
A pesquisa também revelou que os homens continuam sendo as vítimas mais atingidas, somando 85 casos, enquanto as mulheres contabilizaram 16. O Observatório da Violência Política e Eleitoral é realizado desde 2019.