Caso transplantes: coordenadora do PCS LAB é presa em nova fase de operação da Polícia

Segundo funcionários da unidade, Adriana Vargas foi a responsável pela ordem para que o controle de qualidade dos reagentes nos exames realizados pela unidade fosse feito uma vez por semana

Por Clara NeryAgatha MeirellesFernanda Caldas

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A mulher apontada como a responsável pela mudança no controle de qualidade dos reagentes nos exames feitos pela PCS LAB é presa pela Polícia Civil.

Neste domingo (20), a instituição deflagrou a segunda fase da Operação Verum contra novos alvos envolvidos no caso dos transplantes de órgãos infectados por HIV.

Adriana Vargas, de acordo com os funcionários do laboratório PCS LAB Saleme, foi a responsável pela ordem para que o controle de qualidade dos reagentes nos exames realizados pela unidade fosse feito uma vez por semana. Antes da troca, o procedimento era feito diariamente.

De acordo com o delegado Wellington Vieira, responsável pelas investigações, Adriana teria intermediado a ordem dada aos funcionários.

Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos.

No entanto, em depoimento, Adriana Vargas negou que tenha exigido a mudança. De acordo com ela, os erros foram cometidos pelos técnicos de plantão.

Os agentes também estiveram em um endereço ligado ao sócio da PCS LAB Saleme, Matheus Vieira. No entanto, o imóvel, que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estava vazio. Matheus Vieira esteve no local para entregar a chave para os policiais.

Duas outras pessoas foram conduzidas para a delegacia. São elas: Fabrício Costa, sócio de Matheus Vieira em outra empresa, e Leonardo Azevedo, que já foi sócio do PCS Saleme há dois anos atrás. Eles foram liberados após esclarecimentos. Ao todo, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos por agentes da Delegacia do Consumidor.

Na primeira fase da operação, duas pessoas foram detidas e outros dois mandados de prisão foram cumpridos. Na última sexta-feira (18), a Justiça do Rio manteve a prisão temporária dos quatro funcionários do laboratório que já tinham sido presos.

O caso também é investigado pela Polícia Federal, Ministério da Saúde, Ministério Público do Rio e Secretaria de Estado de Saúde.

Fases da Operação Verum

A prisão da coordenadora aconteceu durante a segunda fase da Operação Verum. Além do mandado de prisão, foram cumpridos oito de busca e apreensão por policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon), com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). 

Na primeira fase da operação, realizada na segunda (14), duas pessoas foram detidas, e outras duas se entregaram nos dias seguintes. Os presos são:

  • Walter Vieira, sócio do laboratório;
  • Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório;
  • Cleber de Oliveira dos Santos, técnico do laboratório;
  • Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária da empresa.

Com isso, foi concluída a primeira etapa da investigação. Atualmente, além das diligências deste domingo, estão em andamento a análise dos documentos e materiais apreendidos.

Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos. 

“Com o avançar das investigações, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo Laboratório PCS Saleme e instaurou novo inquérito para investigar o processo de contratação da empresa. Esse trabalho policial vai contar com apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado. A força-tarefa do Governo do Estado visa à rápida elucidação dos fatos e à responsabilização dos envolvidos em caso de constatação de irregularidades”, disse a Polícia Civil, em nota.

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