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Caso Tim Lopes: criminoso envolvido é solto e passa a cumprir prisão domiciliar

O traficante tem até cinco dias a partir da intimação para colocar a tornozeleira eletrônica

Por João BoueriFernanda Caldas

Caso Tim Lopes: criminoso envolvido é solto e passa a cumprir prisão domiciliar
Divulgação

O criminoso envolvido na morte do jornalista Tim Lopes que foi solto na quinta-feira (4) já tinha recebido o benefício do regime semiaberto em 2007, mas não retornou à prisão. A medida permite a saída para trabalhar durante o dia e retornar ao presídio à noite. No primeiro dia de liberdade, Elizeu Felício de Souza, de 44 anos, não voltou. Ele foi novamente preso três anos depois.  

O criminoso conhecido como Zeu estava no Instituto Penal Vicente Piragibe, dentro do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Uma decisão da Justiça determinou a progressão da pena de regime fechado para prisão domiciliar. O traficante tem até cinco dias a partir da intimação para colocar a tornozeleira eletrônica. Elizeu foi condenado pela morte de Tim Lopes, com pena até novembro de 2039.  

Para o advogado criminalista Carlos Maggiolo, ele pode retornar à prisão se não colocar o equipamento no prazo.  

Se o apenado não volta para colocar a tornozelheira, ele é tido como foragido e quando capturado regride a regressão da pena, do regime da pena, então volta para o regime fechado. O apenado que descumpre as condições do regime semiaberto, ele volta para o regime fechado e depois começa a contar o prazo novamente, começa do zero a contar mais um sexto da pena, para ele ter direito novamente ao regime semiaberto.

A Justiça do Rio já tinha negado outros pedidos da defesa do criminoso para a adoção de medidas cautelares. A justificativa era a de que Zeu era um dos principais nomes do Comando Vermelho e de que ele já não tinha cumprido outras decisões judiciais. O criminoso chegou a fazer uma declaração de que não voltaria mais ao crime organizado. A esposa disse que a prisão domiciliar seria cumprida na casa dela. 

Tim Lopes foi assassinado em junho de 2002, enquanto fazia uma reportagem sobre o abuso de menores de idade e o tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Ele foi capturado, torturado e executado por traficantes. A morte do jornalista foi planejada pelo traficante Elias Pereira da Silva. Elias Maluco foi encontrado morto no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, em setembro de 2020. O crime completou 22 anos no mês passado. 

Segundo a denúncia do Ministério Público, Elizeu estava presente no local da execução e chegou a agredir Tim Lopes. Zeu foi o responsável pela compra de combustível perto da entrada da favela Nova Brasília, que integra o Complexo do Alemão, para atear fogo no jornalista.  

Zeu era o único condenado do caso preso. Além de Elias Maluco, Claudino dos Santos Coelho também morreu. Outros três estão em liberdade e um é considerado foragido por um outro crime.  

Além de ser condenado pelo envolvimento na morte de Tim Lopes, Elizeu Felício de Souza teria recebido recompensa após quatro traficantes derrubarem um helicóptero da Polícia Militar em outubro de 2009. 

A BandNews FM tenta contato com a defesa de Elizeu.

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