O ex-policial militar acusado de ter atirado em Marielle Franco deve responder nesta quarta-feira (28) às perguntas das defesas dos réus em um processo do Supremo Tribunal Federal sobre o caso. Desde o dia 12, o STF ouve testemunhas em audiência de instrução. Nesta terça (27), o ex-PM Ronnie Lessa respondeu aos questionamentos da Procuradoria-Geral da República.
Ele disse que, no mesmo dia do crime, já teria se arrependido de ter matado a vereadora e o motorista Anderson Gomes, que não era alvo do ataque, mas acabou sendo baleado.
Lessa afirmou que o envolvimento dele no episódio se deu por ganância. Segundo o ex-PM, Marielle seria uma "pedra no sapato" para os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, novamente apontados por ele como mandantes do assassinato. Os dois estão presos e negam as acusações.
O depoimento de Ronnie Lessa era bastante esperado, já que a colaboração premiada do réu baseou grande parte das investigações da Polícia Federal.
Nesta terça, a defesa dele pediu para que nenhum dos réus - os irmãos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, o ex-assessor de Domingos Robson Calixto Fonseca e o major Ronald Paulo Alves Pereira - assistisse ao depoimento, o que foi aceito.
Ronnie Lessa é a décima pessoa a ser ouvida. Depois dele, o também réu confesso pela execução, Élcio de Queiroz, deve dar depoimento.
Também nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve analisar o parecer final do processo contra Chiquinho Brazão, por possível quebra de decoro parlamentar. O relatório da deputada Jack Rocha está sob sigilo e será apresentado na reunião.
O processo pode levar à cassação ou suspensão do mandato.