Caso Marielle: PF encontra inconsistências em delação sobre arma usada no crime

Segundo a delação premiada de Élcio Queiroz à Polícia Federal, o policial reformado Ronnie Lessa dizia que a submetralhadora MP5 foi desviada do Batalhão de Operações Especiais da PM após um incêndio

Por Pedro Dobal

Élcio Queiroz durante depoimento
Reprodução

A Polícia Federal encontrou inconsistências na versão apresentada pelo ex-policial militar Élcio Queiroz, agora réu confesso, sobre a origem da arma utilizada nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. 

Segundo a delação premiada do acusado à Polícia Federal, Ronnie Lessa dizia que a submetralhadora MP5 foi desviada do Batalhão de Operações Especiais da PM após um incêndio.

As investigações descobriram, no entanto, que o incêndio que atingiu o paiol de armas do Bope foi em setembro de 1982, mas o arsenal do batalhão recebeu 12 submetralhadoras MP5 só em janeiro de 1983. Também não foram encontradas informações sobre a instauração de qualquer procedimento apuratório após o suposto sumiço da arma.

Em maio de 1984, houve outro incêndio, mas no Batalhão de Polícia de Choque.

De acordo com a PF, os elementos coletados não permitem qualquer conclusão sobre a relação da arma usada na execução de Marielle e Anderson e os incêndios.

Ronnie é acusado de efetuar os disparos e Élcio confessou que dirigiu o carro usado na execução.

Segundo a delação, a submetralhadora tinha grande valor sentimental para Lessa, já que ele havia trabalhado com ela quando atuava no Bope.

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