Caso Marielle: APERJ afirma que a perícia feita não ter credibilidade

A declaração foi dada pela vice-presidente da associação e membro da Associação Brasileira de Criminalística, Denise Riviera, durante uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (4)

Por João BoueriFernanda Caldas

Caso Marielle: APERJ afirma que a perícia feita não ter credibilidade
Marielle Franco
Renan Olaz/ Câmara Municipal do Rio

A Associação dos Peritos Oficiais do estado do Rio de Janeiro afirma que a perícia do caso Marielle Franco deveria ter sido feita pelo Instituto de Polícia Científica e não pelos profissionais da Divisão de Homicídios. A declaração foi dada pela vice-presidente da associação e membro da Associação Brasileira de Criminalística, Denise Riviera, durante uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (4).  

Segundo Denise, a perícia feita não tem credibilidade, uma vez que os agentes da Divisão de Homicídios são subordinados ao delegado e não teriam a "neutralidade" dos peritos da Polícia Científica.

O responsável pela Delegacia de Homicídios na época do crime, Giniton Lages, é investigado pela Polícia Federal, por supostamente ter desviado o curso da apuração. Acusado do mesmo crime, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, foi preso.

O presidente da Associação dos Peritos, Thiago Hermida, criticou ainda as investigações da PF e o possível encerramento do caso pelo Governo Federal, anunciado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Ele destacou que as munições encontradas no local do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes eram de um lote pertencente à Polícia Federal e cobrou esclarecimentos.

Para Hermida, o caso Marielle Franco reforçou a ideia da necessidade da desvinculação da perícia criminal da Polícia Civil do Rio. O presidente da associação criticou ainda a falta de perícia e provas em relação às informações dadas pelo ex-policial militar Ronnie Lessa em colaboração premiada. Lessa está preso e confessou ter atirado em Marielle. O relato dele serviu como base para a prisão dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, acusados por ele de serem os mandantes.  

Durante o evento, Thiago Hermida citou também a falta de conclusão de homicídios ligados à contravenção que são citados no relatório final da Polícia Federal sobre o caso Marielle. Segundo a associação, 89% dos casos de homicídio em todo o estado ainda não foram solucionados. 

Também nesta quinta, durante uma entrevista coletiva, o governador do Rio, Cláudio Castro, falou sobre o caso e parabenizou a Polícia Federal pelas prisões.

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