A acusação e as defesas dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, vão fazer as alegações finais na manhã desta quinta-feira (31), quando o júri popular dos réus é retomado.
Os réus respondem por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e recepção e podem pegar pena máxima de 84 anos de prisão cada um.
Na quarta, o julgamento teve início com os depoimentos de oito testemunhas e o interrogatório dos réus.
Foram ouvidos Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao ataque, a mãe da vereadora, as viúvas das vítimas, dois policiais civis e dois federais.
Fernanda Chaves ressaltou ainda como a vida mudou desde o crime, que aconteceu há seis anos.
Monica Benício, viúva de Marielle Franco, também prestou depoimento nesta quarta-feira (30). Ela se emocionou ao lembrar do companheirismo da política.
A viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, também se emocionou durante o depoimento, ao falar sobre momentos do companheiro com o filho do casal. Ela classificou Anderson como insubstituível.
Marinete Silva, mãe de Marielle, foi a segunda a prestar depoimento e afirmou que cada dia sem a filha é como se passassem uma faca no coração dela.
O policial civil Carlos Paura também prestou depoimento. Ele fazia parte do núcleo de investigação que buscava informações sobre o veículo utilizado no crime.
O agente Luismar Cortelletti Leite, que trabalhava no setor de inteligência da delegacia na época do crime, foi a sexta testemunha a ser ouvida. Ele analisou dados telemáticos do réu Élcio de Queiroz.
Listada como testemunha, a perita Carolina Rodrigues não compareceu. Um depoimento dela ao tribunal, em 2019, foi apresentado aos jurados.
O delegado de Polícia Federal, Guillermo Catramby, foi a penúltima testemunha a depor. Ele esclareceu pontos da investigação realizada pela PF, que chegou aos mandantes do crime.
Questionado sobre a colaboração premiada dos réus, o agente da Polícia Federal Marcelo Pasqualetti explicou que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz trataram de pontos diferentes da investigação.