A defesa do motorista de aplicativo que atropelou o ator Kayky Brito afirma que ele costuma gravar as corridas em vídeo e que vai entregar as imagens à Polícia Civil. Testemunhas do acidente vão ser intimadas a prestar depoimento nesta semana. Entre os que devem ser ouvidos, estão o apresentador Bruno De Luca, que estava com o ator, e a passageira do carro que atropelou o artista de 34 anos.
O acidente ocorreu no sábado (2), na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Kayky Brito sofreu politraumatismo e segue internado na UTI do Hospital Copa D'Or, na Zona Sul. Segundo o último boletim médico, ele permanece sedado e respira com a ajuda de aparelhos. Os ferimentos incluem traumatismo craniano e uma fratura no braço.
O exame de alcoolemia já apontou que o motorista não havia ingerido bebida alcoólica. De acordo com o delegado Angelo Lages, responsável pelas investigações, uma perícia vai determinar se o motorista estava ou não em alta velocidade. Caso ele tenha ultrapassado o limite, poderá responder por lesão corporal. O resultado deve sair em até 30 dias.
O atropelamento foi flagrado por câmeras do quiosque onde ele estava com amigos. Kayky atravessa a rua para buscar algo no carro e, na volta, é atropelado fora da faixa de pedestres. As imagens ainda mostram o desespero de Bruno De Luca e de funcionários do estabelecimento, que logo depois tentam socorrer o ator.
Pelas redes sociais, Bruno disse que está muito abalado com o que aconteceu e pediu uma corrente de oração para Kayky. A esposa dele, Tamara Dalcanale, postou uma foto dos dois com o filho de um ano e escreveu: "Estamos todos juntos com você em um só coração". A mãe de Kayky, Sandra Brito, agradeceu todas as mensagens de carinho e disse que logo todos estarão juntos sorrindo.
A irmã do ator, Sthefany Brito, contou nas redes sociais que acordou com boas notícias e compartilhou um trecho de uma chamada de video antiga entre os dois.
Após o acidente, o prefeito Eduardo Paes disse que determinou à CET-Rio a redução do limite de velocidade em vias da orla carioca. Em uma postagem, ele classificou como um absurdo a Avenida Lúcio Costa ter 70 km/h como velocidade máxima.
O fundador da Comissão de Segurança no Ciclismo, Raphael Pazos, afirma que o grupo já havia pedido a mudança e vê a medida com bons olhos.
No momento do acidente de Kayky Brito, o sinal de trânsito do trecho estava piscando no amarelo. Procurada, a CET-Rio não respondeu se os semáforos costumam ficar assim durante as madrugadas ou se foi uma falha.
A Uber decidiu não se posicionar sobre o caso.
Em julho deste ano, o personal trainer Hitallo Muller Azevedo morreu após ser atropelado também na Avenida Lúcio Costa. Segundo as investigações, Marcus Vinicius Cardoso Fazenda dirigia embriagado na contramão e acima da alta velocidade permitida. Ele responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
Na mesma avenida, em julho do ano passado, o modelo Bruno Krupp atropelou e matou o adolescente João Gabriel Cardim, de 16 anos. Bruno confessou que pilotava a moto a mais de 100 quilômetros por hora, enquanto a velocidade máxima permitida na via é 60 quilômetros por hora. Um laudo pericial apontou que o influenciador digital nem chegou a frear o veículo antes de atingir o jovem.