Caso Flordelis: quatro dos nove réus vão a júri popular nesta terça-feira

A ex-deputada federal, que é apontada como a mandante do crime, só vai ser julgada no dia 9 de maio

Gabriela Morgado

O pastor Anderson do Carmo foi assassinado dentro de casa, no dia 16 de junho de 2019 Gabriela Morgado
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado dentro de casa, no dia 16 de junho de 2019
Gabriela Morgado

Um dos filhos biológicos da ex-deputada federal Flordelis, que iria a júri popular nesta terça-feira (12), por envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo, não vai mais ser julgado na sessão. O advogado de André Luiz de Oliveira passou mal e, por isso, ele não vai ser julgado. Ainda não há uma nova data para a sessão. 

Assim, quatro dos nove réus pelo assassinato do pastor, marido da ex-deputada federal Flordelis, vão a júri popular nesta terça. Dois filhos da pastora, um policial militar preso e a esposa dele. 

Carlos Ubiraci Francisco da Silva é acusado de envolvimento no crime. O filho biológico de Flordelis Adriano dos Santos Rodrigues, o ex-PM Marcos Siqueira Costa e a esposa Andrea Santos Maia são julgados pela fraude de uma carta na qual outro filho de Flordelis, Lucas, confessou ter matado Anderson. Depois, ele confirmou que a carta era mentirosa. 

O julgamento foi dividido em duas sessões. Flordelis, que é apontada como a mandante do crime, só vai ser julgada no dia 9 de maio, com outras três rés. Ela está presa desde agosto do ano passado. 

Outros dois filhos de Flordelis foram condenados no ano passado. Flávio dos Santos Rodrigues, condenado por ter atirado em Anderson, e Lucas Cézar dos Santos Souza, por ter comprado a arma do crime. 

DEPOIMENTO DE DELEGADA DO CASO

A delegada que foi responsável pelas investigações do caso, Bárbara Lomba, foi a primeira a depor na sessão. Ela afirmou que não esperava encontrar a arma do crime na casa da família e que Flordelis e os parentes não deveriam acreditar que a polícia faria uma operação de busca e apreensão na casa de uma deputada tão rápido. 

Bárbara Lomba disse ainda que as diligências foram feitas muito rapidamente, antes que as equipes soubessem das tensões familiares, o que levou a certa falta de tranquilidade nas primeiras ações. Ainda segunda a delegada, foi um crime complicado de se resolver, pois envolve muitas pessoas que dependem das outras.

DEFESAS DE FLORDELIS E DA FAMÍLIA DA VÍTIMA ACOMPANHAM O JULGAMENTO

A sessão desta terça-feira (12), é acompanhada pela advogada de Flordelis, Jandira Rocha. Antes do julgamento, ela afirmou que vai levantar no dia 9 possíveis abusos sexuais e emocionais cometidos por Anderson do Carmo a mulheres que moravam com o pastor, inclusive Flordelis. 

Segundo a advogada, os casos estariam sendo escondidos, por interesses políticos e religiosos. Jandira disse ainda que a acusação contra Flordelis se baseia apenas no depoimento dos filhos e que parte deles afirma que ela é inocente. 

O advogado da família de Anderson do Carmo, Ângelo Máximo, disse que espera a condenação de todos os réus e que, em depoimento à polícia, nenhuma mulher que morava com Flordelis e Anderson disse ter havido abusos sexuais. Ele afirmou que essa seria uma estratégia de defesa "covarde". 

Ainda antes da sessão, o advogado voltou a falar com a imprensa e disse que, mesmo se as acusações de abuso fossem verdadeiras, isso não justificaria a morte de Anderson do Carmo.

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