Trinta e duas pessoas já procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Duque Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar problemas em procedimentos realizados pelo médico Bolívar Guerrero. Os casos vieram a tona depois que uma mulher procurou a polícia afirmando que era mantida em cárcere privado no Hospital Santa Branca, após uma série cirurgias.
Outros quatro registros de ocorrência também foram feitos acusando a técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz de fazer cirurgias no lugar de Bolívar.
Nesta terça-feira (26), outra paciente também revelou ter sido vítima do médico. No entanto, ela não procurou a Polícia, mas processou Bolívar em 2015. O processo ainda não foi concluído.
Amanda de Sousa Araújo, 37 anos, conheceu o profissional através de uma amiga de trabalho e relatou que Bolívar era atencioso e carinhoso. A cirurgia de Amanda aconteceu em fevereiro de 2013.
Após o procedimento, manchas escuras apareceram próximo aos pontos. A paciente relata que o médico dizia que era normal. Quatro semanas passaram e o quadro de saúde dela foi piorando.
Amanda só voltou ao Hospital Santa Branca quando os pontos da perna abriram. Na unidade de saúde, a assistente de Bolivar não deixou a paciente ir embora porque ela corria risco de vida.
Ainda segundo ela, o médico misturava a pomada com açúcar para passar nas feridas da paciente. Além disso, o médico queria fazer uma sutura elástica com material de escritório. Amanda ficou internada durante quatro meses.
Mesmo após nove anos, a mulher não consegue ir à praia e sente muitas dores por causa dos erros médicos. Ela diz também perdeu amigos porque tem vergonha de sair de casa e acusa Bolívar de ter deixado o corpo dela deformado.
Procurados, o Hospital Santa Branca e Kellen Queiroz não responderam.