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Cariocas que buscam alternativa para internet enfrentam espera ao tentar contratar Starlink

No mapa de disponibilidade da empresa, o Rio de Janeiro tem a maior área territorial na lista em que o serviço está esgotado no país

Por Daniel Henrique

Cariocas que buscam alternativa para internet enfrentam espera ao tentar contratar Starlink
Em mais de vinte municípios da Região Metropolitana, não é possível contratar o plano
Reprodução

Moradores do Rio que buscam uma alternativa para garantir internet estável, diante dos constantes casos de furtos de cabo e exploração do serviço por organizações criminosas, precisam entrar em uma fila de espera para a contratação da Starlink, internet via satélite. 
 
No mapa de disponibilidade da empresa, o Rio de Janeiro tem a maior área territorial na lista em que o serviço está esgotado no país. Em mais de vinte municípios da Região Metropolitana, não é possível contratar o plano. O interessado deve comprar um lugar em uma lista de espera, que custa R$ 275. 
 
Um ouvinte da BandNews FM, que preferiu não se identificar por viver em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, uma área de grande influência do crime organizado, conta que os bandidos se apropriaram do serviço de internet. Ele cogitou adquirir o Starlink, mas mudou de ideia por conta do preço. 

Interesse eu já tive. Quando eu tô navegando na internet, apareceM os pop-ups da Starlink e os preços não são nada convidativos. Aquém da minha possibilidade. Aqui na minha rua, onde está imperando a lei do mais forte, só tem a internet da bandidagem. Mas também eu não uso, eu prefiro pregar meu chip, rotear minha internet, do que financiar isso.

A empresa justifica que o serviço da Starlink atingiu a capacidade máxima na região, já que os satélites só conseguem se comunicar com um número limitado de usuários em um determinado local. 
 
O diretor de Pesquisa e Consultoria da empresa IDC, Luciano Saboia, explica que os equipamentos orbitam a uma distância muito próxima da Terra, sendo necessário uma 'constelação' de satélites maior para aumentar a área de cobertura. 

Os satélites geoestacionários, aqueles antigos, mais comuns, eles estão a 36 mil quilômetros de distância da Terra. Esses satélites de baixa órbita estão a menos de dois mil quilômetros. Então aquele famoso 'delay' da comunicação fica quase imperceptível. Por estarem mais baixos, é necessário uma constelação de satélites para cobrir toda a Terra. E aí comenta-se em investimentos na ordem de 20 bilhões de dólares, desde o desenvolvimento, lançamentos, foguetes, os satélites e a operação em si do serviço. Isso pode ocasionar também em gargalos momentâneos na admissão de novos clientes, como a gente tem visto em algumas regiões aqui no Brasil.

Um pedido de expansão do sistema Starlink no Brasil é analisado pela Agência Nacional de Telecomunicações, que pede a apresentação de informações técnicas e regulatórias sobre os impactos disso. 
 
Segundo a Anatel, o setor satelital é estratégico em todo o mundo, sendo necessário verificar pontos como o uso eficiente dos recursos de espectro e órbita, a garantia da segurança de dados e a conformidade com as normas nacionais que regem a exploração de satélites, especialmente os de baixa órbita, já que são sistemas relativamente novos se comparados ao geoestacionários. 
 
Em nota, o órgão ainda completa que o pedido por mais informações poderia ter sido feito para qualquer sistema de satélites de baixa órbita, mas a Starlink foi o primeiro grande sistema autorizado no Brasil e é o primeiro que solicita expansão. 
 
Além da Região Metropolitana do Rio, apenas a cidade de São Paulo apresenta fila de espera no serviço no país. 

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