Pra elevar a autoestima e ter mais praticidade, mulheres e homens têm aderido cada vez mais às tranças. Seja um penteado preso ou com o cabelo todo solto, o estilo que conecta diversas pessoas às raízes africanas tem estado por toda parte.
Uma das mulheres a adotar o cabelo é a Luiza Oliveira. Ela diz que já não consegue mais sair de casa sem as tranças.
Com tantas pessoas optando pelo estilo, as trancistas estão cada vez mais requisitadas. A Emyli Medeiros trabalha no mercado há mais de 4 anos e mesmo com nove meses de gestação, conta que só vai parar quando o bebê nascer e que a procura pelo serviço aumenta a cada dia.
Muitos espaços oferecem cursos particulares para trancistas, que, muitas vezes, trabalham da manhã até à noite. Dependendo do penteado, fazer uma trança pode durar de oito a doze horas.
A Beatriz Costa, cabeleireira e especialista em tranças, oferece cursos profissionalizantes. Ela afirma que a agenda de abril já não tem mais vaga.
Ainda segundo Beatriz, o curso custa de 200 a 700 reais e dura até três dias, dependendo do módulo escolhido.
O assunto tem ganhado repercussão entre as mulheres e nas redes sociais, com debates sobre o empoderamento, simbologia política, cultural e ancestral das tranças. Mesmo sendo adotado por várias pessoas, o penteado tem um significado especial para a população negra.
Pesquisadores estudam sobre a importância das tranças nos processos estratégicos de criação de códigos para indicar rotas de fuga para os quilombos durante o período de escravização. Muitas mulheres se comunicavam através dos penteados na época e o ato ficou marcado como um símbolo de resistência.