A cantora que denunciou que teve o cabelo ‘black power’ revistado no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, faz uma nova publicação reafirmando que sofreu racismo. Na publicação, ela escreveu que “sabe o que ouviu no scanner” e diz que foi “tudo muito rápido e sutil”. Na postagem, Luciane Dom ainda afirma que o racismo de todo dia não se vê em câmeras de segurança.
A declaração foi dada após a Infraero, responsável pela administração do terminal, afirmar que a passageira foi selecionada de forma aleatória para uma inspeção manual e que imagens de câmeras de segurança mostram que não houve uma inspeção nos cabelos.
Luciane publicou na quinta-feira (14) que disse que teve a mala inspecionada e passou pelo scanner corporal, mas uma funcionária a abordou dizendo que também teria que verificar o cabelo, que é black power.
A cantora apagou a primeira postagem que denunciou a verificação no black power. A BandNews FM tenta contato com ela.
Pelas redes sociais, a ministra Igualdade Racial, Anielle Franco, lamentou o corrido e afirmou que casos como esses não são pontuais. Ela também informou que uma equipe da pasta já está sendo mobilizada para entender e acompanhar o caso. Anielle Franco também lembrou que a irmã Marielle Franco passou por situação parecida em 2017, no Aeroporto de Brasília.
O músico Gabriel Menezes diz que já sofreu abordagens dessa natureza por também usar o cabelo ‘black power’.
Por meio de nota, a Infraero disse, ainda, que o procedimento segue recomendações de segurança e independe de questões de origem, raça ou sexo.
Em menos de uma semana dois casos de denúncia de racismo foram registrados na capital.
Em Búzios na região dos lagos, uma mulher foi presa suspeita de cometer injúria racial contra uma cantora na Praia de Armação, em Armação de Búzios, na Região dos Lagos do Rio. A artista Nanda Ribeiro relatou que se apresentava em um restaurante na orla, quando uma mulher começou a gritar chamando ela de cara pálida.