O câncer de intestino, que representa o segundo tipo mais frequente da doença em homens e mulheres, deve atingir mais de 45 mil pessoas em 2023 no Brasil, de acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer.
Nas mulheres, a incidência do câncer colorretal está atrás somente do câncer de mama, enquanto nos homens, só é menos frequente do que o câncer de próstata.
Estudiosos nos Estados Unidos observaram um aumento da incidência da doença em pessoas mais jovens, apesar do diagnóstico ser, historicamente, mais frequente após os 50 anos de idade. De acordo com Fernando Meton, diretor do Oncologia Américas e especialista em tumores gastrointestinais, o aumento do diagnóstico nesta parcela da população está ligado à mudança de hábitos nos últimos 50 anos.
"Atualmente, observa-se que cerca de 10% dos novos casos estejam acontecendo em pacientes mais jovens. Isso pode estar relacionado a mudança do estilo de vida da população nos últimos 50 anos, como por exemplo, o aumento do consumo de carne vermelha e alimentos processados, grãos refinados, açúcar refinado, aumento no tabagismo, na ingestão de álcool, além do menor consumo de frutas e vegetais”, diz o médico.
O médico também alerta que o histórico da doença na família pode demandar exames antes dos 45 anos, idade em que, desde 2018, diversas sociedades médicas do mundo recomendam o rastreio do tumor.
"É muito importante a orientação médica para o início destes exames, visto que se for percebido que existe uma história familiar deste tipo de câncer na população, pode ser recomendada a realização de exames em uma idade mais precoce. Tanto o sangue oculto nas fezes quanto a realização de colonoscopia pode ser indicado pelos médicos. Uma vez realizada a colonoscopia, podem ser identificados pólipos, que são lesões benignas no intestino que podem se transformar câncer ao longo do tempo. Então a retirada destes pólipos pode ser uma indicação para evitar o surgimento do câncer”, completa o especialista.
Mais de 40% dos fatores de risco de câncer são modificáveis, como sobrepeso, sedentarismo e má alimentação. As orientações de especialistas para a prevenção da doença em todas as faixas etárias estão relacionadas a hábitos de vida saudáveis.