O jovem de 20 anos que, segundo a família, foi morto por um policial militar em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, aparece chegando e saindo do trabalho em imagens de câmeras de segurança no dia de sua morte. Os parentes afirmam que ele foi confundido com um traficante.
Alison da Silva dos Santos trabalhava como ajudante em um galpão de construção. Por volta de 7h40 do último sábado (3), ele aparece em frente ao estabelecimento. Um registro de dentro do galpão às 8h40 mostra Alison realizando os trabalhos do dia. Às 20h50, ele aparece deixando o local.
Os parentes contam que na volta para casa, o jovem ficou em meio ao fogo cruzado durante um confronto entre policiais e criminosos no bairro Marambaia.
Para se abrigar, ele se esconde em uma padaria, como mostra um vídeo gravado por um amigo minutos antes de Alison morrer. Ele aparece apenas com uma mochila nas costas, a mesma que usava ao chegar e sair do trabalho.
Logo depois, acreditando que o tiroteio havia cessado, Alison subiu em um mototáxi para deixar o local, mas na sequência foi atingido por tiros na cabeça. A família afirma que os disparos foram dados pelo policial sem que sequer houvesse uma abordagem.
Os parentes só ficaram sabendo da morte no dia seguinte, já que, segundo eles, a mochila que ele estava guardando os pertences e os documentos sumiu, e ele deu entrada no hospital sem identificação.
A mãe da vítima, Viviane Gonçalves, acredita que os registros das câmeras de segurança que mostram o filho trabalhando no dia em que morreu provam que ele não tinha envolvimento com o crime.
Nos concederam as imagens das câmeras e no dia da morte do meu filho ele estava trabalhando. Ele estava trabalhando no dia da morte dele. Uma hora depois dele sair do trabalho, tiraram a vida do meu filho. Sem direito dele dizer quem ele era. Era um menino honesto, só tava no momento e na hora errada.
A Polícia Militar diz, em nota, que duas pessoas foram feridas durante um confronto e levadas ao hospital, mas não resistiram. Um fuzil e uma moto foram apreendidas na ação.
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso. Os policiais que participaram da ação foram ouvidos e tiveram as armas apreendidas para perícia. O pai da vítima e o mototaxista que pilotava o veículo que Alison estava quando foi morto prestaram depoimento nesta quinta.
Alison deixa a esposa e um filho.