Apontado como um dos instrumentos para a redução da letalidade policial no estado, o uso de câmeras portáteis nos uniformes de policiais militares ainda não representou queda no número de mortes por intervenção policial durante o primeiro mês de uso.
Um levantamento a partir de dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública revelou que na soma das áreas dos 10 batalhões, que já começaram a utilizar o equipamento, o índice passou de nove, em junho de 2021, para 16, no mesmo mês de 2022.
O material já faz parte das fardas de agentes dos batalhões de Botafogo, Méier, São Cristóvão, Praça da Harmonia, Tijuca, Olaria, Ilha do Governador, Copacabana, Maré e Leblon. De acordo com o estudo, o maior aumento ocorreu na área do Méier, na Zona Norte. Se no mesmo período do ano passado foram registradas duas mortes em confronto, agora o número saltou para seis neste ano.
Entre os batalhões analisados, apenas os de São Cristóvão e o da Maré apresentaram queda. Os dois, além dos de Botafogo, Copacabana e Leblon, não registraram homicídios. Para o pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ, Robson Rodrigues, ainda não é possível analisar os números como resultado um resultado definitivo.
Segundo o especialista, o uso das câmeras também deve ser acompanhado de outros protocolos.
Procurada, a Polícia Militar informou que, como o processo de implantação das câmeras portáteis continua em curso e o tempo de utilização nas unidades contempladas ainda é muito curto, a análise sobre o resultado proporcionado pelo novo equipamento é prematura.
Ainda de acordo com a PM, os números do ISP, referentes ao 1º semestre deste ano, mostram que os índices de mortes em decorrência de intervenção de policiais permanecem em trajetória de queda.