Imagens de câmeras de monitoramento mostram criminosos do Morro do São João, no Engenho Novo, na Zona Norte, armados circulando pela área de mata que dá acesso ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na mesma região, na madrugada de segunda-feira (6).

A região que até então era dominada pelo Terceiro Comando Puro, tem sofrido com o aumento da violência e constantes tiroteios entre traficantes rivais.

O setor de inteligência da Polícia Militar recebeu informações de que após o último confronto, parte da comunidade já estaria sendo controlada pelo Comando Vermelho, facção rival.

Para tentar evitar a perda de comando da favela, um dos chefes do tráfico do Morro dos Macacos, Leandro Nunes Botelho, o Scooby, pediu ajuda a um dos criminosos mais procurados do Rio, Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão.  O bandido controla o autodenominado Complexo de Israel.

Com isso, o Morro dos Macacos ganhou reforço para enfrentar, que há cerca de um ano tentavam ocupar a região.

Na segunda-feira (6), a PM esteve na comunidade e retirou uma bandeira de Israel, que estava em cima de uma caixa d'água, no alto da comunidade. Essa bandeira é um indício de que o bando do traficante Peixão já está marcando território.

A segurança continua reforçada por policiais militares no entorno da região. Os agentes ainda tentam localizar os criminosos que foram flagrados nas imagens da invasão.

Segundo a PM, um dos traficantes responsáveis pelas tentativas de invasão ao Morro dos Macacos é Pedro Lucas Adriano do Nascimento, o Titauro, um antigo procurado pela policia.

Além de Pedro, outros criminosos foram identificados nas imagens. Michel de Souza Malvieira, o Mangolé,  Alexandre Ramos do Nascimento, o Pescador, e Edmilson Marques de Oliveira, o Cria, também são procurados.

A ideia do grupo é unir o Complexo do Lins ao Morro com o São João até o Morro das Mangueira, usando como rota o Morro dos Macacos.

Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, em 2024, foram registrados 80 tiroteios na região. Só em dezembro do ano passado, tiveram 22 episódios de trocas de tiro, um número maior que todo o ano de 2023, em que foram registrados 17 confrontos.

No ano passado, os confrontos deixaram, pelo menos, 12 mortos e 10 feridos.