Diversas irregularidades no Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio, podem fazer com que o local perca o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco, em 2018. Foi o que apontou a vistoria do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União.
Segundo os órgãos, compromissos firmados com a Unesco em 2018 não foram cumpridos até agora. Dentre eles, está a criação do Centro de Acolhimento Turístico e do Memorial da Celebração da Herança Africana. Além disso, problemas com a drenagem no cais fazem com que o patrimônio se transforme em uma piscina em dias de chuva.
Outra irregularidade apontada na vistoria é a ausência de sinalização para quem chega na "Pequena África".
Turista de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Igor Neiva afirma que precisou pesquisar na internet para conseguir chegar ao Cais. Ele também destacou a insegurança durante o trajeto.
Já para a defensora pública e coordenadora do Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais, Rita Cristina de Oliveira, a justificativa para o abandono do local é o racismo.
Em 2018, o Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, pela Unesco, e foi declarado pela organização como a mais importante evidência física associada à chegada histórica de africanos escravizados no continente americano.