A defesa do ex-governador Sérgio Cabral pede ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do processo em que ele foi condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro a 14 anos e dois meses de prisão.

Os advogados querem que seja estendida a ele a decisão do ministro Ricardo Lewandowski que deu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso a mensagens apreendidas no âmbito da Operação Spoofing, da Polícia Federal, que apurou a invasão dos celulares de Moro e procuradores da Lava Jato.

No pedido, a defesa cita um episódio em que então chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, avisa que a denúncia contra Lula estava sendo protocolada e que a denúncia contra Cabral seria enviada no dia seguinte. Sérgio Moro, então, responde que seria "um bom dia afinal".

Para os advogados, há elementos suficientes que demonstram a contaminação da imparcialidade do julgamento e, por isso, os atos de Moro deveriam ser anulados.

Cabral deixou a prisão no fim de dezembro, após a revogação do último mandado de prisão válido contra ele. O ex-governador era o único político denunciado pela Lava Jato que ainda estava preso no Rio de Janeiro. No início de fevereiro, ele foi autorizado a sair de casa, mas usando tornozeleira eletrônica. Ele também está impedido de sair do país e deve comparecer mensalmente à Justiça Federal.