O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, afirma que o clube vai contribuir com as autoridades que investigam uma possível manipulação do mercado de cartões por parte do atacante Bruno Henrique. O jogador foi alvo de uma operação do Ministério Público do Rio e da Policia Federal, nesta terça-feira (5).
A partida investigada aconteceu em novembro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro da Série A, entre Flamengo e Santos, no Mané Garrincha, em Brasília. O árbitro Rafael Klein, inicialmente, mostra o cartão amarelo para Bruno Henrique por uma falta em Soteldo. O atacante Rubro-Negro se irrita bastante e reclama com o juiz, que mostra o vermelho logo em seguida.
As investigações apontam que existem provas de que o atacante forçou a punição com o objetivo de ajudar parentes a ganhar as apostas. O MP destaca que pelo histórico do atacante nos dois anos anteriores, a perspectiva de punição dele durante a disputa era na casa de 20%, mas em ao menos duas casa de apostas, houve uma procura em torno de 90% pelo palpite da punição do atleta no dia do duelo contra o Santos.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, as apostas que chamaram atenção foram feitas em três casas diferentes. Segundo os investigadores, as contas foram abertas antes da partida. Além disso, os usuários apostaram com valores máximos que cada plataforma permitia ,apenas que o jogador iria receber o cartão. O lucro das três apostas totaliza um valor de treze mil e oitocentos e cinquenta reais.
No embarque da delegação do Flamengo para Belo Horizonte, na tarde desta terça, Marcos Braz afirmou que o clube também dará apoio ao atleta.
O Flamengo estará contribuindo da forma que for possível, em que a Justiça necessite dessa contribuição. Dará, também, apoio ao atleta em ato contínuo, ou pelas relações humanas que tem com o atleta, ou pela presunção da inocência que a gente tem que ter desde o começo.
O caso chegou no STJD no dia 2 de agosto deste ano, nove meses após a partida. O órgão entendeu que não havia indícios de que ele teria forçado o cartão considerando vários fatores, incluindo que o valor das apostas era muito baixo quando comparado ao que ele recebe de salário.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em quatro cidades de Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Inclusive, na casa do atleta, na Barra da Tijuca, e no quarto de Bruno Henrique no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, na Zona Oeste do Rio, e também na sede do Flamengo, na Gávea, na Zona Sul.
Segundo o MP, as apostas teriam sido efetuadas por parentes de Bruno Henrique e por outro grupo que mora em Belo Horizonte, cidade natal do jogador. Além de Bruno Henrique, outras dez pessoas são investigadas. Entre elas o irmão, uma cunhada e uma prima do jogador.
O Departamento Jurídico do Flamengo afirmou que é lamentável expor o atleta na semana de uma decisão. Apesar disso, o vice-presidente de futebol do clube, Marcos Braz, admitiu que a data da operação não poderia ser definida com base no calendário do futebol brasileiro.
A gente também não pode ser irresponsável de achar que essa operação poderia ser feita depois das finais ou não. A gente não tem acesso aos autos, então eu não vou ser irresponsável, porque se a operação foi feita hoje, eu acredito que a justiça e os delegados, os procuradores que estão envolvidos, com certeza entenderam que era necessário fazer a operação o mais rápido possível.
O Flamengo disse, em nota, que tomou conhecimento da investigação, mas que ainda não teve acesso aos autos do inquérito. O clube ressaltou também que o atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. ((Bruno Henrique treinou na manhã desta terça-feira (05) e viajou com a delegação para Belo Horizonte, onde o Rubro-Negro encara o Cruzeiro, pelo Brasileirão, e o Atlético-MG, pela final da Copa do Brasil.))