Bloqueio de verbas destinadas à UFRJ coloca hospital universitário em risco

De acordo com estimativas da reitoria, o cenário é dramático já que os recursos bloqueados estavam sendo destinados, também, ao pagamento de terceirizados

Por Gabriela Souza

A UFRJ anunciou nesta segunda-feira (28), que sofreu um corte de mais de R$ 9 milhões
Reprodução/Agência Brasil

Cerca de 900 profissionais que complementam a mão de obra do Complexo Hospitalar e da Saúde da Universidade Federal do Rio podem ficar sem receber o salário no Natal, se o novo bloqueio do Ministério da Educação no orçamento da UFRJ não for revertido. A informação é da reitora Denise Pires de Carvalho. 

A universidade anunciou nesta segunda-feira (28), que sofreu um corte de R$ 9 milhões e 400 mil. 

Segundo a reitora Denise Pires, os recursos bloqueados estavam sendo usados para o pagamento de empresas terceirizadas que prestam serviços de limpeza e segurança. Ela classificou o cenário como dramático. 

O Complexo Hospitalar da UFRJ conta com nove unidades, entre elas o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do estado, e a Maternidade Escola da UFRJ, terceiro maior centro do planeta no tratamento da doença trofoblástica gestacional.

Ainda de acordo com a reitora, as consequências do corte podem ir desde paralisações pontuais de serviços até a confirmação de um déficit de mais de R$ 100 milhões, que terá que ser equilibrado com o orçamento menor previsto para 2023. Denise Pires acredita que as atividades podem não retornar em janeiro por falta de verbas.

O bloqueio também interrompeu uma previsão de investimento de cerca de R$ 2 milhões no Museu Nacional. O diretor do espaço, Alexander Kellner, explica que a medida não afeta diretamente o processo de restauração do museu, mas a conclusão de módulos laboratoriais.

O contingenciamento feito pelo Governo Federal atingiu a verba discricionária, que não é obrigatória por lei, mas é considerada essencial para a manutenção da instituição.

A UFRJ abriu o ano de 2022 com o orçamento discricionário defasado, de R$ 329.290.643,00, que não corrigia as perdas inflacionárias em relação a 2021, e ainda teve R$ 23 milhões cortados. No mês de setembro, a instituição teve cerca de R$ 18 milhões bloqueados e, após pressão das universidades e do movimento estudantil, o MEC reverteu a medida. Apesar de a ação ter sido revertida, o orçamento real deste ano é metade do de 2015.

A BandNews FM tenta contato com o Ministério da Educação.

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