Beneficiários do BPC, o Benefício de Prestação Continuada, denunciam que foram surpreendidos pelo cancelamento dos pagamentos depois do "pente-fino" nos programas sociais do Governo Federal. 
 
O auxílio, de um salário mínimo, é pago aos idosos ou pessoas com deficiência que não contribuíram pra a Previdência. 
 
Com a revisão dos benefícios, anunciada em julho, quem não está inscrito no Cadastro Único ou está há mais de quatro anos sem atualizar os dados precisa procurar um Centro de Referência de Assistência Social, mesmo que tenha feito a prova de vida. 
 
O objetivo era combater fraudes, mas muitos que contavam com o dinheiro tiveram o pagamento cancelado. Foi o caso da Helena Ferreira de Souza, que tem 85 anos e só descobriu que o benefício foi suspenso quando a família foi ao banco sacar o dinheiro. 
 
O genro dela, Ricardo Amaral Oliveira, foi até uma unidade do CRAS em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para tentar resolver o problema. Ele conta que encontrou filas e uma estrutura precária, mas não conseguiu uma solução mesmo depois de três horas aguardando. 
 
A reportagem da BandNews FM esteve na unidade, que fica em Éden. Ao pedir para usar o banheiro, a própria funcionária do local avisou sobre o mau cheiro. O INSS disse que divulgou avisos nas redes sociais, enviou notificações pelo aplicativo Meu INSS e fez busca ativa para alertar os beneficiários, mas na prática muitos foram pegos de surpresa. 
 
Os relatos sobre o bloqueio do benefício se multiplicam e quem depende do dinheiro cobra uma solução rápida.

Em nota, o INSS também disse que quem teve o benefício cancelado pode ligar para o telefone 135 e pedir o desbloqueio, que deve ocorrer em até 72 horas. Depois, é preciso comparecer ao CRAS para atualizar o cadastro.