A CCR Barcas afirma que vai manter a atual grade horária após a Secretaria Estadual de Transportes negar a redução do número de partidas. A racionalização das viagens havia sido proposta pela concessionária ao Governo do Estado na última semana.
Segundo a empresa, o caixa atual permite que a operação das barcas continue apenas até o dia 3 de março. Depois disso, o serviço seria paralisado. Mesmo se a redução das viagens fosse autorizada, a concessionária diz que teria caixa para operar só até o dia 10 de março.
Os moradores da Ilha de Paquetá estão entre os mais impactados em caso de paralisação do sistema, já que a barca é o único meio de acesso ao local. O presidente da associação de moradores da região, Guto Pires, diz que a situação provoca perplexidade e indignação.
Na sexta-feira (24), o Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio enviou um ofício à Secretaria Estadual de Transportes pedindo esclarecimentos sobre o assunto em até 48 horas. O órgão quer que a pasta explique se a grade de operação das barcas será mantida na forma prevista na concessão, quais pagamentos foram feitos à CCR Barcas e em que fase está o processo de elaboração do novo edital de licitação.
A CCR já alertava há anos que não tinha interesse em continuar operando o serviço. Diante do fim do contrato de concessão no dia 11 de fevereiro e com o edital da nova licitação ainda em elaboração, a empresa aceitou continuar gerindo o sistema aquaviário do estado por mais 12 meses, prorrogáveis por outros 12.
Em contrapartida, a companhia receberia do Governo do Estado uma dívida de mais de um bilhão de reais. O acordo, no entanto, ainda depende da homologação da Justiça do Rio.
A Secretaria Estadual de Transportes afirma que, apesar da pendência judicial, o acordo foi assinado, está em vigor e deve ser cumprido. Procurada pela BandNews FM, a CCR reiterou o apelo para que os poderes competentes equacionem as divergências em prol da sociedade de forma urgente.
Segundo a racionalização de viagens proposta pela empresa, as linhas de Cocotá e Charitas seriam suspensas. Os intervalos da linha Arariboia, entre o Centro de Niterói e a Praça XV, passariam de 15 para 20 minutos na hora do rush. Na linha de Paquetá, a última partida, às 23h, deixaria de existir e a saída da Ilha só poderia ser feita até as 18h. Já a grade da Ilha Grande, que só tem uma viagem por dia prevista, não teria alteração.