Conversas interceptadas pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) revelaram que criminosos ligados ao contraventor Rogério de Andrade foram procurados por agentes do Serviço de Inteligência, conhecida como P2, de um batalhão da Polícia Militar, que pretendiam fazer negócios em Curicica, na Zona Oeste do Rio. A investigação faz parte da Operação Calígula, realizada na terça-feira (10).
Em um diálogo no Whatsapp com Jefferson Tepedino Carvalho, o Feijão, Márcio Garcia da Silva, o Mug, afirma que foi procurado pelos "caras do 2", que estavam querendo fechar, o que seria um acerto com os bicheiros da Rua Iperó, em Curicica, na Zona Oeste do Rio.
Segundo o MP, quando Mug se refere aos "caras do 2", ele quer se referir aos policiais da "P2", serviço reservado da PM. Mug alerta Feijão.
A denúncia ainda afirma que Mug alerta sobre ocorrência de operação policial no ponto de exploração, administrado por Feijão, o que fez necessário o fechamento preventivo do local até a consolidação de "acerto" corruptivo.
A conversa aconteceu em 24 de maio de 2019, e Mug ainda pede que Feijão "fique esperto" porque caso ele precisasse fechar, ligaria para o comparsa.
De acordo com o MP, Mug é responsável pela gestão dos negócios da contravenção, especialmente sobre controle de produtividade financeira, além do adequado funcionamento dos sistemas eletrônicos e a difusão de informações sobre possíveis operações policiais nocivas aos negócios. Já Feijão, é apontado como gestor de casas de jogos, além de exercer papel de relevo na segurança e na vida pessoal de Rogério de Andrade.
Procurada, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação já instaurou um procedimento apuratório para acompanhar as circunstâncias do caso e, paralelamente, colabora estritamente com as demais esferas do poder público nas apurações sobre os envolvidos.