Áudios de conversas entre o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski e o delegado Mauricio Demétrio apontam que o ex-chefe da polícia agiu para obstruir investigações. Em um inquérito que apurava o desvio de recursos na saúde, em 2018, Demétrio pede ajuda para Allan, que responde afirmando que está tentando acesso indevido aos dados da investigação.
No dia da ação, Demétrio avisa a Turwowski que se a imprensa for ao local não vai ser bom porque o alvo, tratado como amigo, já estava com advogados, o que indicaria o vazamento, que de fato aconteceu.
O Ministério Público do Rio ainda analisa as mais de 23 mil mensagens trocadas entre Allan Turnowski e Mauricio Demétrio, muitas sobre inquéritos sigilosos. Demétrio já responde por acessar de maneira irregular a investigação da morte da vereadora Marielle Franco. Em novas conversas, ele comemora com o ex-secretário, a morte da parlamentar.
Na troca de mensagens, Demétrio pergunta sobre onde será a comemoração sobre a morte de Marielle. Allan responde com figurinhas. O MP e a Polícia prenderam o policial reformado Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora e o motorista Anderson Gomes. em mensagens, o delegado Mauricio Demétrio afirma que Lessa era respeitado por Turnowski.
Na denúncia do Ministério Público, os promotores afirmam que cabe ao ex-secretário o papel de chefia na organização criminosa, já que as decisões sempre passam pela aprovação dele. Nas mensagens, Turnowski é tratado com os codinomes "Israel" e "judeu". Numa conversa sobre os planos da quadrilha, Demétrio afirma que Israel havia viajado e só voltaria na quarta. Depois, o delegado diz que o ele tinha ido a El Salvador surfar. O MP localizou passagens aéreas para El Salvador de Allan Turnowski. Com isso, para os promotores, não restam dúvidas de que se trata do ex-secretário.