A Polícia Civil aguarda o boletim médico e o laudo do exame de corpo de delito do IML de Rogério de Paula para concluir o inquérito que investiga a agressão contra o cinegrafista de uma afiliada da TV Globo e encaminhar o documento à Justiça.
Na terça-feira (24), Diogo Lincoln Resende, de 41 anos, que aparece nas imagens agredindo Rogério de Paula enquanto ele trabalhava na cobertura da prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson, prestou depoimento. Resende alega que foi ofendido pelo cinegrafista e que ele se desequilibrou e caiu.
O suspeito declarou que foi até os arredores da casa do político, em Comendador Levy Gasparian, no Interior do Rio, de curiosidade depois de ficar sabendo do ataque de Jefferson contra policiais federais e das tratativas para a rendição dele.
O agressor, que estava de camisa verde na ocasião, alegou que foi chamado de fascista pelo cinegrafista assim que chegou no local. Ele narra que cerca de 20 minutos depois, quando passou uma segunda vez pela imprensa, Rogério apontou a câmera para ele para filmá-lo e o chamou de fascista novamente. Foi neste momento então que Resende afirma ter colocado a mão na frente e empurrado a câmera.
De acordo com o investigado, Rogério estava na beirada da calçada e se desequilibrou. Ele alega que não teve a intenção de agredir ou empurrar o cinegrafista, só não queria ser filmado, tanto que se afastou logo em seguida à queda do profissional.
No entanto, em depoimento prestado ainda no domingo (23), a vítima afirma que sua equipe de reportagem foi hostilizada enquanto trabalhava, sendo chamados de "Globo Lixo" e com populares dizendo que eles não poderiam estar naquele local. Segundo Rogério, sua equipe foi cercada por um grupo de pessoas e que Diogo Lincoln Resende o atingiu pelas costas.
O repórter cinematográfico bateu com a cabeça no chão e passou a noite no CTI de um hospital, na cidade de Três Rios.
Após ser ouvido, Diogo Resende foi liberado. Segundo a Polícia Civil, o autor será responsabilizado por crime de lesão corporal com pena de detenção de três meses a um ano.
O investigado, que trabalhava como assessor parlamentar em Três Rios, teve o pedido de exoneração encaminhado para a presidência da Câmara de Vereadores.