A área de vegetação queimada no país em novembro deste ano foi 89% maior do que no mesmo mês do ano passado. Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas mostram ainda que, com os 775 mil hectares queimados no mês, o acumulado do ano chega a 15,9 milhões de hectares, uma área maior do que os territórios da Escócia e da República Tcheca somados.
Esse número é 13% maior do que o registrado no mesmo período de 2021. Os estados com a maior área destruída no mês passado foram Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
A maior parte da área queimada (58%) foi de vegetação nativa, mas a coordenadora do Mapbiomas Fogo, Ane Alencar, destaca o fato de que mais de um terço (35%) das queimadas atingiu florestas, o que é menos comum e mais prejudicial ao meio ambiente.
De acordo o levantamento, 81% (627 mil hectares) da área queimada em novembro foi na Amazônia. Nos 11 meses deste ano, quase metade (48%) dos incêndios no país aconteceram na região. Com isso, o bioma passou à frente do Cerrado, que liderou essa posição nos últimos dois anos.
Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe) divulgados na quarta-feira (14) mostram que o desmatamento no Cerrado também aumentou. A taxa anual de devastação do bioma, índice medido entre agosto de 2021 e julho deste ano, foi 25% maior do que a do ano passado.
De acordo com a gerente de Ciências da WWF-Brasil, Mariana Napolitano, estudos mostram que a devastação já está prejudicando a produtividade agrícola.
Em 12 meses, o Cerrado perdeu uma área 10.689 km². Esse é o terceiro ano consecutivo de aumento da destruição no bioma - situação que não acontecia desde 2000 na série histórica do Inpe.