Após ter casa incendiada, dona de casa denuncia ex-marido por agressões

Por quatro décadas a dona de casa, de 58 anos, sofreu todo tipo de humilhação e foi submetida a todo tipo de violência

Carlos Briggs

Após ter casa incendiada, dona de casa denuncia ex-marido por agressões
Arquivo/Agência Brasil

Márcia Malvina teve a casa incendiada pelo ex-marido. Foi a gota d'água para denunciar uma vida de agressões. Por quatro décadas a dona de casa, de 58 anos, sofreu todo tipo de humilhação e foi submetida a todo tipo de violência.

O caso de Márcia não é isolado. A cada minuto oito mulheres foram agredidas no Brasil em 2020 segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São cerca de 17 milhões de brasileiras que já passaram por algum tipo de violência. No Rio não é diferente. Dados do Dossiê Mulher de 2020 feito pelo Instituto de Segurança Pública mostram que a cada cinco minutos uma mulher é vítima de agressão no Rio.  

Márcia ainda sofreu violências psicológicas, que vinham na forma de insultos, xingamentos. A dona de casa, que nunca viveu outra realidade, acreditou que essa era uma vida normal, até assistir a um filme.

O filme foi 3.096 Dias de Cativeiro. O longa é baseado na história real de uma jovem que foi raptada e mantida em cativeiro entre 1998 e 2006. A história se passa em Viena. Na produção, a menina, aos dez anos, passa por um longo período de isolamento completo do mundo exterior e sofre abusos físicos e psicológicos até o momento da fuga e readaptação à vida em sociedade. Foi o estímulo para Márcia procurar ajuda, que encontrou em uma clínica da família na Zona Oeste do Rio com acompanhamento psicológico.

Na sexta-feira passada ela virou a página. Foi à Polícia Civil e denunciou as agressões que sofreu por 40 anos. A dona de casa também pediu medidas protetivas. Agora Márcia entendeu que pode ser livre... o desafio é saber como usar a liberdade.

Dados da Pesquisa Senado sobre o assunto mostram que 75% das mulheres agredidas têm medo de denunciar o companheiro. Ao procurar a BandNews FM Márcia revelou que resolveu contar sua história na rádio para encorajar outras mulheres vítimas da violência.

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