Paes 'jura pelo Rei Momo' que não vai largar o mandato para concorrer a governador em 2026

Em entrevista à BandNews FM, o prefeito do Rio chama Marçal de palhaço e fala sobre o estádio do Flamengo

Por Daniel Henrique

Depois de jurar pela Portela e pelo Vasco antes da eleição, Eduardo Paes agora jura pelo Rei Momo que não vai largar o mandato para concorrer ao Governo do Estado em 2026. A declaração foi dada em entrevista à BandNews FM nesta segunda-feira (7), um dia após ser reeleito no 1º turno.

Não, não! Eu jurei pelo Vasco, pela Portela, agora eu vou jurar pelo Rei Momo também. E vou continuar aqui, Agatha na Prefeitura, sendo cobrado com vocês aqui, das nossas ações. Eu tenho muito orgulho de ser o prefeito do Rio, muito orgulho de ter tido um quarto mandato concedido pelo povo desta cidade, portanto, vou trabalhar muito para que eu possa justificar essa confiança toda que tivemos.

O prefeito ainda chamou Pablo Marçal de palhaço e falou sobre o futuro estádio do Flamengo, na Zona Portuária.

Questionado sobre o terreno para a construção do estádio do Flamengo, no Gasômetro, Zona Norte, Paes disse que já estava na alçada da Prefeitura, a partir do plano de revitalização da região, a retirada de uma subestação de gás.

Uma espécie de subestação da companhia de gás, que, necessariamente, desde que começou o projeto de revitalização naquela região, é obrigação da Prefeitura. Não tem especificamente nada a ver com o Flamengo. E o caso do Flamengo é isso, é uma entidade privada, mas com uma dimensão pública. Não podemos tratar o Flamengo como a gente trata, sei lá, uma empresa com fins lucrativos, que tem seus donos, seus acionistas.

O prefeito também não entrou em detalhes sobre o valor da limpeza do terreno do Gasômetro e do aporte para a Caixa Econômica Federal.

Não confirmo valor nenhum. Tem na negociação a transferência de potencial construtivo. Teve uma negociação com a Caixa Econômica Federal, que se sentia prejudicada na desapropriação do terreno do Flamengo. E assim, o que a Prefeitura deseja é que tenha o estádio do Flamengo, que a Caixa financie muito apartamento, muito prédio ali. Eu quero que a cidade cresça.

Ao ser questionado sobre as diferenças entre a corrida eleitoral no Rio e em São Paulo, Paes classificou Ramagem como um adversário correto. Ele ainda chamou o candidato à Prefeitura da capital paulista, Pablo Marçal, de palhaço.

Eu ganhei eleição aqui do deputado Ramagem, mas ele o tempo todo foi um adversário leal, correto. O que eu vi de São Paulo, os flashs que eu via, tinha um jeito sem nenhuma responsabilidade, transformando a política em um picadeiro. Eu acho que esse rapaz é um palhaço desrespeitoso. O que ele fez no último sábado com o candidato Boulos é inaceitável. É inaceitável. A gente não pode normalizar essas coisas na política.

O político aponta a entrega de resultados à população como fator principal para ser escolhido pela população em primeiro turno. Neste domingo (6), Paes venceu as eleições municipais com mais de 60% dos votos. Em segundo lugar ficou o deputado federal Alexandre Ramagem, com 30%.

O prefeito reeleito destacou o transporte, saúde e educação como pontos positivos de seu mandato.

Pessoas que usam o transporte público e passam a ter um BRT digno e de qualidade, podendo se transportar com mais rapidez. São pessoas que usam as Clínicas da Família da Prefeitura, que estavam lá há um tempo de espera da regulação para especialidades há anos e esse tempo foi reduzido. A mãe e o pai que botam o seu filho numa escola da Prefeitura sabem que também ela melhorou. As pessoas estão olhando para a sua cidade, para a sua realidade e querem escolher bons gestores.

Durante a corrida eleitoral, apesar de ser pauta do Governo do Estado, o tema da segurança pública esteve presente, o que ocasionou em críticas ao governador Cláudio Castro. Paes disse que Castro teve a 'cara de pau' de tentar atribuir a questão a ele, mas que vai seguir trabalhando de forma integrada ao Governo.

Eu não teria trazido o governador Cláudio Castro para o ringue da disputa municipal, até porque ele é governador do Estado. Resolveram fazer da eleição uma disputa sobre o tema da segurança pública, que é um tema de atribuição do Governo do Estado. Não que a Prefeitura não possa fazer nada, não possa colaborar e ajudar. Mas o que acontece na violência no Rio de Janeiro, com a maior cara pau do mundo, o governador estava querendo colocar na minha conta. Daqui para a frente é voltar a trabalhar integrado. Aliás, em nenhum momento deixamos de trabalhar integrado.

Denúncias da BandNews FM, a revitalização do Campo de Santana, no Centro, e a implantação do sistema digital de bilhetagem Jaé foram temas da entrevista.

Tem muitos desafios, a obra já avançou bastante lá, desde aquela vez que a Band deu ali a bronca, e tem que ser isso mesmo, é ser o papel da imprensa, tocar, apontar os erros. Sobre o Jaé, começa a operar em definitivo em fevereiro. Vai ser aquela coisa, a gente vai dar o prazo para as pessoas se cadastrarem e todo mundo vai deixar para a última hora, mas isso vai ser implantado. A caixa preta das empresas de ônibus acaba.

Eduardo Paes chegará ao quarto mandato como Prefeito do Rio. O feito é inédito na história da cidade, já que Cesar Maia esteve no comando da Prefeitura três vezes.

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