Após reajuste, motoristas relatam alta de R$ 0,70 na gasolina

No Rio, o litro do combustível variava entre R$ 5,49 e R$ 6,89 na manhã desta quarta-feira (16)

Por Pedro Dobal

Após reajuste, motoristas relatam alta de R$ 0,70 na gasolina
O reajuste ocorre depois de mais de 80 dias sem aumento na gasolina
Fernando Frazão/Agência Brasil

No primeiro dia do aumento da Petrobras no preço da gasolina vendida às distribuidoras, motoristas relatam uma alta de até R$ 0,70 no valor do combustível nos postos do Rio de Janeiro. Consumidores também já perceberam a elevação de preços em postos de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. 

O reajuste anunciado pela Petrobras na terça-feira (15), era de 16% no caso da gasolina, o equivalente a R$ 0,41, e de 25,8% para o diesel, ou R$ 0,78.

No Rio, o litro da gasolina variava entre R$ 5,49 e R$ 6,89 na manhã desta quarta-feira (16). Na semana passada, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, a média era de R$ 5,31 na capital fluminense. 

Já o diesel era encontrado a R$ 5,04 na semana passada. Uma semana depois, alguns postos chegam a cobrar R$ 7,49.

Motoristas reclamam que, sempre que o preço cai, demora a chegar aos clientes finais, mas quando o reajuste é para cima, a mudança é quase instantânea. 

O reajuste ocorre depois de mais de 80 dias sem aumento na gasolina. Essa é a primeira alta desde que a estatal deixou de seguir a política de preços anterior, que era mais focada nos preços internacionais do petróleo e nas variações do dólar.

Mas o professor da PUC-Rio e da ESPM Rio, Roberto Simonard, explica que, mesmo com a nova política, a alta do câmbio e do barril de petróleo nas últimas semanas explica o reajuste anunciado pela Petrobras.

Para o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo, o novo reajuste deixa claro como vai ser o comportamento dos preços na nova política da Petrobras.

A Petrobras ressalta que o valor final do produto é afetado por outros fatores como impostos, misturas de biocombustíveis e margens de lucros.

Como justificativa para os aumentos, a Petrobras afirma que os preços internacionais do petróleo se consolidaram em outro patamar e que a empresa estava no limite da sua otimização operacional. A estatal também diz que tenta evitar o repasse imediato das variações dos preços e da taxa de câmbio.

Em maio deste ano, a petroleira deixou de seguir a política de Paridade de Preço de Importação (PPI). Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, a empresa vinha vendendo óleo diesel e gasolina com defasagem média de 24% em relação aos preços internacionais.

Na terça-feira (15), as ações da companhia fecharam o dia com alta de 3%.

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