Após denúncia da BandNews FM, corpo de idosa morta é retirado de casa com 24 horas de espera

A proprietária do imóvel denuciou o caso para conseguir providenciar o sepultamento da inquilina, que não tem familiares próximos

Por Gabriela Marino

Rua Irapuá
Reprodução/Google Maps

Depois de 24 horas de espera, o corpo de uma mulher que morreu em casa foi removido pela funerária RioPax. O caso foi denunciado pela BandNews FM, após o pedido de ajuda da proprietária do imóvel para conseguir providenciar o sepultamento da inquilina, que não tem familiares próximos.

Elizabete Gonçalves Maia, de 67 anos, morreu na última terça-feira (20), na Rua Irapuá, na Penha Circular, na Zona Norte. Segundo o atestado de óbito, ela teve um infarto.

A dona da casa, Flávia Cristina, conta que o Corpo de Bombeiros foi acionado pelos vizinhos que estranharam o sumiço da idosa. Ao chegar no local, os militares arrombaram a porta e a encontraram morta. Eles acionaram o Samu, mas a equipe enviada não tinha médico presente. Uma profissional da clínica da família mais próxima foi acionada para atestar a morte.

Após ser informada que o recolhimento do corpo não poderia ser feito pelas equipes que atenderam a ocorrência, já que não se tratava de uma morte violenta ou suspeita, Flávia resolveu recorrer a Defensoria Pública.

A autorização para o sepultamento gratuito no Cemitério de Irajá chegou às 19h dessa quarta-feira, mas Flávia alega ter sido informada pela RioPax que teria que aguardar uma espécie de fila para que o corpo fosse removido e sepultado. Enquanto esperava uma resolução, desabafou com nossa equipe.

Eu não sei mais o que fazer. A gente já está com a certidão de óbito, com a autorização de enterro gratuito, porque a senhora, ela é sozinha, não tem nenhum parente. Então, o cemitério vai vir retirar o corpo, só que ela está numa fila para aguardar o dia do sepultamento. Enquanto isso, ela fica aqui. Só que não tem condições, o corpo aqui está fedendo, a gente não está aguentando. Então, a gente queria que tirasse o corpo daqui para ir para um frigorífico, um IML e aguardar o sepultamento, porque é grátis, é gratuito. Então, os que pagam passam na frente. Ela, no caso, é gratuíta, vai ficar esperando e esperando. E até quando eu vou ficar com esse corpo aqui?, relatou Flávia.

Uma funcionária da RioPax chegou a informar por telefone à nossa reportagem que seria preciso aguardar até um dia após a autorização para remover o corpo.

Somente após a denúncia da BandNews FM, a funerária foi ate a casa de Flávia por volta das 19h desta quinta-feira.

O enterro vai ser realizado nesta sexta-feira (23).

A reportagem da BandNews FM fez contato com a assessoria de imprensa da RioPax, mas ainda não teve resposta.

Procurada, a Defensoria Pública disse que, se já houver declaração de óbito preenchida por um médico atestando a causa da morte e a autorização garantindo a gratuidade do sepultamento, a pessoa responsável deve ir até o cemitério do Caju ou de Inhaúma, para falar com o agente funerário e saber onde será feito o sepultamento.


 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.