Uma semana depois da confusão generalizada promovida por torcedores do Penãrol na Praia do Recreio, na Zona Oeste, vendedores e donos de barracas ainda tentam se recuperar dos prejuízos causados.
Durante o tumulto, cadeiras e guarda-sóis foram quebrados e usados como armas e escudos pelos torcedores uruguaios. Segundo os comerciantes, o prejuízo acumulado chegou a 20 mil para pelo menos quatro barracas da praia.
Uma das barraqueiras perdeu 40 guarda-sóis. Ela também entrou na confusão para resgatar um cooler, mas não conseguiu. Outros profissionais foram agredidos e ameaçados pelos torcedores.
Na ocasião, um quiosque foi depredado. A Orla Rio, responsável pela gestão dos estabelecimentos na capital fluminense, afirmou em nota que repôs imediatamente os itens roubados e quebrados.
À época, o secretário de estado de Segurança Pública, Victor Santos, chegou a afirmar que era dever do Estado ressarcir os afetados.
No entanto, apesar de já terem feito registro junto a Polícia Civil, e procurado outras autoridades, barrqueiros ouvidos pela BandNews FM contaram que, até o momento, ainda não receberam nenhum auxílio:
Perdemos nosso material de trabalho todo. Estamos impossibilitados de trabalhar, porque até agora não conseguimos nada para a gente continuar a trabalhar, né? Porque era isso que a gente estava fazendo naquele dia. Quebraram, não pagaram o que bebiram. Fui agredido ainda por uma mulher. Fui tentar salvar meu material. Ela me empurrou. Meus guarda-sol, eles conseguiram pegar todos da carroça. Quebraram todos. E a gente está esperando uma ajuda de alguém. A gente está tentando se reerguer, mas está difícil.
Para levantar fundos como forma de retormar a rotina de trabalho, os barrqueiros que tiveram produtos danificados e saqueados criaram uma campanha de financiamento coletivo na Internet. vakinha.com.br/5169592.
Os torcedores do Peñarol estavam no Rio de Janeiro para acompanhar o jogo de ida da semifinal da Libertadorea da América contra o Botafogo. Após a confusão, mais de 200 foram detidos e 21 permanecem presos devido a decisões tomadas em audiências de custódia.