Apesar de proibição da Anvisa, Paes libera clínicas de bronzeamento artificial

Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíbe usos de equipamentos de bronzeamento

Por Pedro Dobal

Paes libera clínicas de bronzeamento no Rio
Tomaz Silva/Agência Brasil

O prefeito Eduardo Paes sancionou uma lei que autoriza o funcionamento de estabelecimentos de bronzeamento artificial no Rio de Janeiro, apesar de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibir o uso de câmaras do tipo para fins estéticos. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (13).

O projeto tem a autoria compartilhada por 35 vereadores e foi aprovado pela Câmara Municipal do Rio. O texto revoga uma lei de 2003, que impedia a concessão de alvará para locais especializados em bronzeamento artificial.  

Entre os parlamentares que assinam a medida, está o vereador Edson Santos, que também era autor do projeto de lei que levou à proibição da prática no Rio. O parlamentar argumenta que o procedimento gera empregos e já é realizado em diversos locais pela cidade. Para ele, é necessário criar regras que priorizem a saúde dos clientes, em vez de proibir a prática completamente.

Segundo a Anvisa, não há como determinar um nível seguro de exposição aos raios ultravioleta. Desde 2009, a agência impede a importação, a comercialização e o uso dos equipamentos para bronzeamento artificial com finalidade estética. A limitação só não se aplica aos usos destinados a tratamento médico ou odontológico supervisionado.

Em nota, a Prefeitura do Rio alegou que a proibição é apenas para as câmaras que emitem radiação ultravioleta e que não há restrições para os demais métodos, como o bronzeamento a jato, o autobronzeamento e o bronzeamento com fita.

O advogado Mozar Carvalho explica que, mesmo com a autorização prevista em lei na cidade, a proibição da Anvisa às câmaras de bronzeamento segue valendo.

A dermatologista Paula Raso destaca que a exposição aos raios UV, tanto nas câmaras de bronzeamento quanto pela luz do sol, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de pele.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o câncer de pele é o tumor maligno mais frequente no Brasil, sendo responsável por cerca de um terço dos registros. O Inca estima o surgimento de quase 230 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025.

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