Ano tem desdobramento de casos emblemáticos na busca por justiça

Acompanhe o primeiro episódio do “O que foi Notícia em 2023”

Por Nicolle Timm

Famílias esperam por justiça e lutam contra a impunidade
Divulgação/Pixabay

Um ano marcado por desdobramentos de casos emblemáticos... Famílias que há tempos esperam por justiça e que vivem uma luta diária contra a impunidade em meio à dor da saudade e da perda...

Em alguns casos, a resposta veio. Treze anos depois de perder o filho, a atriz Cissa Guimarães viu chegar o momento pelo qual tanto esperou: a condenação dos culpados pela morte de Rafael Mascarenhas.

Rafael de Souza Bussamra e o pai dele, Roberto Bussamra, foram presos em setembro deste ano, depois de esgotarem todos os recursos na justiça. Os dois foram condenados pelo homicídio do filho de Cissa Guimarães, atropelado em julho de 2010 enquanto andava de skate com amigos no Túnel Acústico, na Gávea.

O motorista foi condenado a três anos e seis meses por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e o pai dele sentenciado ainda por corrupção ativa por tentar subornar os policiais na ocasião.

2023 também foi de esperanças renovadas... Quinze anos depois da morte da engenheira Patrícia Amieiro, a Justiça do Rio marcou para julho de 2025 o novo júri popular do caso. Mas a família ainda pede que a data seja reavaliada pela demora, como conta Tânia Amieiro, a mãe da engenheira.

Em junho do ano passado, a justiça já tinha decidido marcar um novo julgamento, mas até então não tinha definido a data. A decisão levou em consideração laudos periciais anexados ao processo que contradizem a primeira sentença, de 2019. Os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luis do Nascimento serão julgados por tentativa de homicídio, enquanto Fábio da Silveira Santana e Marcio de Oliveira Santos vão a julgamento por fraude processual.

Patrícia Amieiro foi morta em 2008, depois de ter o carro metralhado na chegada à Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O veículo dela foi confundido com o de traficantes. As investigações apontaram que dois PMs foram os responsáveis pelos disparos e que outros dois ajudaram na adulteração da cena do crime. Em 2020, o processo ganhou um novo e importante capítulo, depois que um taxista procurou a reportagem da BandNews FM para contar que presenciou o crime. O corpo de patrícia nunca apareceu.

Em 2023, alguns casos emblemáticos também tiveram novidades nas investigações. No ano em que Anielle Franco, a irmã da vereadora Marielle, tomou posse como Ministra da Igualdade Racial, o caso teve novos desdobramentos... A delação premiada de Élcio Queiroz, um dos envolvidos na execução da vereadora e do motorista Anderson Gomes, trouxe detalhes para as investigações, como a rota de fuga após o crime e o monitoramento feito pelos criminosos. E o ano ainda foi marcado pela volta do ex-bombeiro Maxswell Simões Correa, o Suel, à cadeia. Ele foi preso novamente suspeito de ajudar a esconder armas de Ronnie Lessa, apontado como o executor do crime.

Suel ainda teria levado o veículo usado para um desmanche e, segundo a PF, fazia uma espécie de 'campana', monitorando os passos de Marielle.

Novidades que podem ajudar a chegar na resposta da pergunta que ainda hoje, mais de cinco anos depois, persiste: quem mandou matar Marielle?. Mônica Benício, a viúva da vereadora, conta como os desdobramentos deste ano a fizeram pensar sobre o quanto Marielle foi monitorada.

O ano de 2023 também foi de revolta... A família da juíza Patricia Acioli, assassinada em 2011, viu ser solto o homem condenado por planejar o homicídio. Sentenciado a 36 anos de prisão, o ex-tenente-coronel da PM Cláudio Luiz de Oliveira não ficou nem metade da pena em regime fechado.

Em maio, já tinha progredido para o semiaberto e, em novembro, foi para casa, sob a condição de cumprimento de medidas cautelares... E só foi expulso da PM no primeiro semestre desse ano. Fatos que causam indignação na família da juíza, como conta Simone Acioli, irmã de Patricia.

Sentimento de impunidade também entre a família do sargento da Marinha Diego Gomes da Silva, de 36 anos. O surfista Luis Felipe Cesarano Fernandes Pinto, condenado em novembro de 2022 por atropelar e matar o sargento, foi solto neste ano.

A pena de cinco anos e seis meses de prisão em regime semiaberto por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, foi convertida em prestação de serviços à comunidade. Monique Gomes, irmã do sargento, desabafa sobre a falta de auxílio para a família e a revolta diante da impunidade.

O caso aconteceu em 2020. Cesarano dirigia em alta velocidade e alcoolizado, quando invadiu a pista contrária e bateu de frente com o carro do militar. O laudo apontou que a velocidade do veículo do surfista estava entre 123 e 144 km por hora.

O ano de 2023 também foi de muita luta no Caso Henry Borel, o menino de quatro anos morto em 2021 depois de ter sido espancado no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador Jairinho. Em julho, Monique, que estava em prisão domiciliar, voltou à cadeia. O próximo passo é marcar a data do júri popular.

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