ANAC espera crescimento de 56% nos voos entre setembro e dezembro no Galeão

O aumento é consequência da limitação das decolagens no Aeroporto Santos Dumont, no Centro, que deve registrar uma redução de 28% na quantidade de voos no mesmo período

Por Pedro Dobal

ANAC espera crescimento de 56% nos voos entre setembro e dezembro no Galeão
Saguão do aeroporto Galeão.
Reprodução: RioGaleão

A Agência Nacional de Aviação Civil espera um crescimento de 56% no número de voos no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio, entre setembro e dezembro. O aumento é consequência da limitação das decolagens no Aeroporto Santos Dumont, no Centro, que deve registrar uma redução de 28% na quantidade de voos no mesmo período.  

As mudanças começaram a valer, de forma gradual, neste domingo (1º). A partir do dia 2 de janeiro, o Santos Dumont terá apenas voos domésticos com distância máxima de 400 quilômetros, o que incluiria São Paulo e Belo Horizonte. Assim, o aeroporto voltaria a receber menos de 10 milhões de passageiros por ano.

Além de atender aos apelos de autoridades fluminenses que cobravam uma solução para o esvaziamento do Galeão, a medida também vai permitir a obra de implantação de áreas de escape na pista do Santos Dumont, prevista no novo PAC.

O RIOgaleão afirma que a decisão deve atrair turistas e negócios para o Rio de Janeiro, que poderia voltar a ser um dos principais hubs da aviação brasileira, mas alguns especialistas ainda são céticos em relação à transferência de voos entre os dois terminais.

Para o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, a recuperação do protagonismo do aeroporto internacional só seria possível com a retomada da economia fluminense e investimentos no turismo e na segurança pública.  

Já o professor de Engenharia de Transportes da UFRJ Elton Fernandes defende que o esvaziamento do Galeão é reflexo da estagnação da economia e que a transferência de voos beneficiaria apenas a atual concessionária do terminal internacional, prejudicando a Infraero, que administra o Santos Dumont.

Apesar de ter capacidade para receber 37 milhões de pessoas, menos de 6 milhões de passageiros passaram pelo Galeão no ano passado. Para 2023, a expectativa é fechar o ano com 7,8 milhões de passageiros, um terço a mais.  

Nesta segunda-feira (2), o prefeito Eduardo Paes se reúne com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

A Changi, que controla o Galeão, pediu para deixar o terminal no ano passado, alegando dificuldades econômicas, mas voltou atrás no início deste ano. Até agora, porém, ainda não formalizou junto ao Ministério de Portos e Aeroportos o pedido para interromper a relicitação do terminal.

O Tribunal de Contas da União deu aval para que a empresa continue no aeroporto, mas um dos principais entraves é o pagamento de R$ 31 bilhões ao longo da concessão. O valor foi definido no leilão realizado em 2013 e era baseado em uma projeção da demanda de passageiros muito maior que a atual.

A Gol retomou as rotas para Curitiba (20 por semana), Florianópolis (20 por semana), Caxias do Sul (2 por semana), Porto Alegre (27 por semana) e Campinas (18 por semana). No fim do mês, também serão mais 11 voos semanais para Navegantes. A partir da segunda quinzena de dezembro, a Gol retoma as rotas para Goiânia (6 por semana) e Porto Seguro (8 por semana).

A Azul terá 4 voos diários para Recife, a partir de novembro, bem como as rotas para Campina Grande, com 1 diário, e Maceió, com 1 voo semanal.

Já a Latam passará a voar do Galeão para Porto Seguro, com 1 voo diário, além de Caxias do Sul, com 2 por semana. Além disso, serão dois voos semanais para Manaus a partir de janeiro.

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