A Americanas pode responder nas esferas cível, administrativa e criminal, após a descoberta de inconsistências financeiras de cerca de R$ 20 bilhões. A avaliação é da especialista em direito empresarial Marcela Cavallo.
Segundo a advogada, a rede varejista também pode ser culpabilizada por crime contra o sistema financeiro nacional, como previsto na Lei do Colarinho Branco. A especialista afirma que esse tipo de delito pode induzir o investidor ao erro.
Nesta terça-feira (17), a Comissão de Valores Mobiliários, órgão ligado ao Governo Federal, criou um canal exclusivo para apurar as denúncias contra a Americanas.
O Conselho Regional de Contabilidade do Rio instaurou um processo administrativo e notificou para prestar esclarecimentos os contadores responsáveis pela atividade financeira da empresa, além dos responsáveis pela PwC Brasil, que presta serviços de auditoria para a Americanas.
Na segunda-feira (16), a Justiça do Rio negou o pedido do Banco BTG Pactual para a suspensão da execução das dívidas da Americanas por 30 dias. No entanto, outras duas instituições financeiras, a Votorantim e a Bank of American (Merrill Lynch), também entraram com recursos. As ações ainda não foram analisadas.
A relação entre as redes varejistas e os bancos acontece através do "risco sacado". Nessa modalidade, as empresas e os bancos credores realizam um operação para adiantar o pagamento com fornecedores de produtos em grande quantidade. No entanto, a dívida da rede varejista passa a ser com o banco, que pode correr o risco de não receber o pagamento.
Mas de acordo com o economista Pedro Ricci, mudanças macroeconômicas podem influenciar nessa relação.
Com mais de 3.600 estabelecimentos em todo o país e cerca de 140 mil acionistas, a Americanas viu, nos últimos dias, as ações da empresa registrarem um recuo no mercado financeiro, caindo de R$ 12,00 para R$ 2,00.