Justiça do Rio aceita pedido de recuperação judicial da Americanas

O pedido foi feito em caráter de urgência na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro

Por João Boueri

A ação da varejista na Bolsa de Valores teve mais um dia queda
Reprodução/Google Maps

A varejista Americanas vai ter dois meses para apresentar o plano de recuperação judicial com o detalhamento da relação de credores e os valores que cada um tem a receber, além da origem da dívida.  

A Justiça do Rio aceitou o pedido protocolado pela rede nesta quinta-feira (19) e também suspendeu todas as ações e execuções contra o grupo pelo período de 180 dias. No entanto, segue vigente a decisão liminar concedida ao Banco BTG Pactual, que recebeu o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Lojas Americanas.  

A solicitação de recuperação judicial foi feita em caráter de urgência, a partir da descoberta do rombo de cerca de R$ 20 bilhões nos balanços financeiros da empresa. Segundo a Americanas, o endividamento financeiro do grupo pode chegar ao valor aproximado de R$ 40 bilhões.

O Conselho de Administração da empresa criou um comitê independente, que será responsável por investigar a situação financeira do grupo e apresentar, posteriormente, o resultado aos acionistas, ao mercado e à sociedade em geral.  

O juiz Paulo Assed Estefan designou a Preserva-Ação Administração Judicial e o Escritório de Advocacia Zveiter para exercerem a administração judicial do processamento. Na decisão, o magistrado também destacou que "se trata de uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país" e disse que "eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o colapso da cadeia de produção do Brasil".

No início desta quinta-feira (19), a varejista tinha dito que, diante da atitude unilateral dos credores, que entraram com recursos para bloquear bens da rede, o caixa atingiu R$ 800 milhões, com parcela significativa já bloqueada. No terceiro trimestre do ano passado, a Americanas informou que havia R$ 8 bilhões em caixa.  

Em relação ao plano de recuperação judicial, para o consultor tributário e presidente da Fradema Consultores Tributários Francisco Arrighi, essa é a etapa mais importante para que a assembleia de credores, que será formada durante o processo, possa analisar todo o cronograma.  

A ação da varejista na Bolsa de Valores teve queda aproximada de 43% e fechou nesta quinta-feira (19) a R$ 1. A B3 disse que a Americanas terá os títulos excluídos de todos os índices após o encerramento do pregão regular desta sexta (20).

Em nota, a Americanas disse que seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com fornecedores e credores e investidores de forma geral. 

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