Marcada para a próxima quinta-feira (10), a divulgação dos resultados financeiros da Americanas do segundo trimestre de 2023 será adiada pela companhia.
Essa não é a primeira vez que a empresa adia o anúncio de seus resultados. A empresa já modificou a entrega de outros números como o balanço de 2022 - a melhor estimativa da companhia é de poder divulgar tais informações até o dia 31 de agosto. Em maio deste ano, a varejista ainda comunicou que iria atrasar a publicação dos dados relativos ao primeiro trimestre. Ainda não há previsão de torná-los públicos.
Ao mercado, a empresa disse que adiamento ocorre diante a necessidade da conclusão dos trabalhos de revisão. Segundo a companhia, os assessores e auditores independentes estão analisando as demonstrações financeiras de exercícios errados, inclusive do exercício social de 2022, e os efeitos das fraudes divulgadas no início do ano.
Ainda de acordo com a varejista, os trabalhos ocorrem em paralelo à apuração acerca das circunstâncias que ocasionaram o escândalo contábil, conduzidas por um comitê independente, cujos trabalhos permanecem em curso.
O escândalo na varejista veio à tona no início de janeiro, quando a empresa comunicou ao mercado "inconsistências contábeis" da ordem de R$ 20 bilhões.
Segundo um relatório preliminar, a fraude inflou o resultado da empresa em R$ 25,3 bilhões e, assim, a dívida financeira bruta foi reduzida em R$ 20 bilhões.
A antiga gestão da empresa ainda é acusada de maquiar valores de financiamentos estimados em R$ 18,4 bilhões em operações de risco sacado e R$ 2,2 bilhões em financiamento de capital de giro. Ainda é apurada a criação de contratos fictícios visando a melhora dos resultados da varejista.
A Americanas é alvo de investigações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de uma CPI na Câmara dos Deputados.
Nesta semana, na terça-feira (1°), a comissão parlamentar deveria ouvir Miguel Gutierrez, acusado de operar o esquema ao lado de outros executivos. No entanto, Gutierrez apresentou um atestado e adiou sua participação.