O café ocupa o topo da lista de bebidas favoritas dos brasileiros. Mas a trajetória até chegar à mesa, ou melhor, à xícara do consumidor, envolve história e cultura.

O ponto de partida é o Vale do Café, localizado no Vale do Paraíba Sul Fluminense, a 120 km da cidade do Rio. A região é composta por 15 municípios que, no século XIX, eram responsáveis por 75% do café consumido no mundo, o que garantiu ao Brasil a liderança na produção e exportação da bebida, posto que permanece mesmo quase dois séculos depois.

O ciclo do café foi responsável pelo desenvolvimento econômico e estrutural do país, como a construção de ferrovias, iluminação pública, além dos palácios rurais, as antigas fazendas construídas pelos nobres da região.

No entanto, associado ao glorioso período do ciclo cafeeiro, está a escravidão de imigrantes e, principalmente, africanos, que foram trazidos ao país para trabalhar no cafezal.

Para contar a história e refletir sobre período, 30 fazendas continuam abertas para visitação. Uma delas é a Fazenda São Luiz da Boa Sorte, em Vassouras, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que já recebeu cerca de 14 mil alunos de escolas das redes pública e privada do Rio.

No local, de acordo com a proprietária, Liliana Rodriguez, as crianças têm a oportunidade de aprender sobre o período.

Atualmente, uma das principais atividades do Vale do Café é o turismo, atividade geradora de empregos e renda para a região. Com a pandemia da Covid-19, muitos turistas optaram pelas viagens de curta distância, o que influenciou no potencial turístico do Vale. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio, Paulo Michel.

Uma oportunidade para conhecer ainda mais a região é o Festival Vale do Café, que é realizado desde 2003, sempre no mês de julho. O evento oferece concertos de música nas fazendas, shows em praças públicas e igrejas, além de promover oficinas musicais para as crianças da região.