Alunos e profissionais do CIEP Afonso Henriques Lima Barreto, em São João de Meriti, denunciam que convivem diariamente com usuários de drogas no espaço. Segundo os relatos, eles entram por um buraco no muro da instituição.
Ouvintes da BandNews FM, o buraco serve de passagem para moradores da comunidade localizada atrás da unidade escolar que querem chegar à Avenida Automóvel Clube. No entanto, pelo mesmo acesso, os dependentes químicos conseguem transitar livremente pelo colégio.
Fotos enviadas à reportagem mostram embalagens de crack na arquibancada da quadra poliesportiva. Segundo funcionários, o uso das drogas acontece durante as aulas.
Pais e profissionais que trabalham na unidade também falaram de episódios de violência no local. No último mês, crianças e professores chegaram a ser assaltos nas imediações da escola.
A direção do Ciep já teria feito pedidos para a Secretaria de Educação providenciar a reforma do muro e contratar um porteiro, o que ainda não ocorreu.
O pai de um aluno, que preferiu não se identificar e teve a voz preservada, conta que a educação no local é excelente e pretende manter o filho, mas critica o que ocorre atualmente na escola.
Como o muro está quebrado, os usuários de drogas entram para a escola, acabam assaltando as crianças, a equipe da escola. Já houve emprego de arma, já houve agressão. Ao lado desse muro quebrado, tem uma quadra pode esportiva, onde as crianças fazem aulas de educação física. E os usuários de drogas ficam na arquibancada, vendo as crianças fazerem aula e usando drogas na frente das crianças. Já pediu também essa obra para fazer esse reparo. Porém, até agora, nada foi feito. A gente cobra muito a equipe da escola para que resolva o problema. Eles não sempre estão em contato, não tem por que na escola. Em todas as outras escolas, tem. A escola está convivente quando nada pelo Estado, e não pela equipe da escola.
Em nota, a Polícia Militar informa que o aumento da sensação de segurança da população tem sido uma das principais metas de atuação do comando.
Já a Secretaria de Estado de Educação afirmou que uma equipe técnica vai até ao local para avaliar qual tipo de intervenção definitiva será feita. Além disso, a pasta está preparando um estudo para redimensionar a distribuição de prestadores de serviços como porteiros, uma vez que o Estado passa pelo Regime de Recuperação Fiscal, o que não permite realização de concurso ou contrato para novas vagas.