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Alunos do Complexo da Maré ficam em média 30 dias sem aula por conta de operações policiais

O levantamento foi feito pelo ONG Redes Maré e levou em consideração os últimos seis anos

Por Júlia Zanon (sob supervisão)

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Operação no Complexo da Maré
Reprodução

Alunos de escolas do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, ficam em média 30 dias letivos sem aula por causa de operações policiais na região. O levantamento foi feito pelo ONG Redes Maré e levou em consideração os últimos seis anos.

Apenas em 2023, foram 25 dias sem aulas, o que representa 12% dos dias letivos. Mais de 8 mil crianças ficaram sem aulas.

De acordo com o levantamento, entre 2016 e 2023 foram 146 dias com aulas suspensas e escolas fechadas por causa de operações, o que representa 73% de um ano letivo perdido. 

A diretora Redes da Maré, Andréia Martins, fala que as ações também afetam o psicológico dos estudantes.

Isso traz um impacto enorme na aprendizagem dos alunos e outros impactos que vão além do aprendizado de conteúdo. Todo processo de socialização, um processo de adoecimento dessas crianças, físico, mental. Não só dos alunos, mas também dos professores que vivem situação de muita insegurança e medo sem saber se o dia seguinte irá ter aula. Isso interfere muito na rotina familiar, os pais não sabem se vão poder deixar as crianças na escola. A escola precisa ser um lugar seguro

A 8ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública mostrou ainda que apenas nos cinco primeiros meses de 2023, ocorreram 15 operações policiais, com 14 dias de escolas fechadas.

Segundo o boletim, em 2023, o Estado cometeu 211 violações de direitos humanos durante as operações nas 15 favelas da Maré. A mais recorrente foi a invasão de domicílio, que aconteceu em 77% das operações.

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