A Advocacia Geral da União (AGU) apresenta uma manifestação contrária à proposta aprovada pela reitoria do Colégio Pedro II de suspender o calendário acadêmico por causa da greve dos funcionários do instituto federal. O movimento completou 20 dias nesta segunda-feira (22).
Para a AGU, a medida representaria a adesão da própria administração da escola ao movimento grevista. Por ora, a paralisação é fruto de reivindicações dos servidores relacionadas à greve nacional de trabalhadores da rede federal de educação.
O parecer veio diante de um pedido da reitora da instituição, Ana Paula Giraux Leitão, que buscou uma solução jurídica para o conflito entre funcionários que defendem a paralisação e aqueles que se opõem a ela.
A proposta de suspender o calendário acadêmico impediria em definitivo o funcionamento das unidades, caso algum profissional contrário à greve decidisse trabalhar.
O movimento afeta 12 mil estudantes. Responsáveis dos alunos afirmam que temem por perdas no aprendizado dos jovens após uma eventual nova prorrogação.
Na sexta-feira (19), sindicatos foram a Brasília para uma rodada de negociações no Ministério da Educação. As propostas do MEC não agradaram a classe dos técnicos administrativos. A maior resistência foi ao reajuste proposto para 2025 e 2026. Trabalhadores demandam recomposições salariais ainda neste ano.
A reunião que trataria das carreiras docentes foi adiada pela pasta.
Na quarta-feira será realizada uma nova reunião. A expectativa de servidores ouvidos pela BandNews FM é que a paralisação seja prorrogada por 15 dias.
Corre ainda no Ministério Público Federal (MPF) uma apuração paralela nas atas de reuniões do Pedro II sobre o movimento grevista. Elas foram apresentadas após uma recomendação do MPF para que a instituição desconte os dias parados dos profissionais que aderiram à paralisação.