Adolescentes são apreendidos por suspeita estupros virtuais no Rio

As investigações revelaram que os crimes eram cometidos através de grupos no Discord, uma plataforma de comunicação com suporte de mensagens de texto, voz e chamadas de vídeo

Por Thuany Dossares

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Um grupo que pratica estupros virtuais e induz crianças e adolescentes à automutilação já fez mais de 300 vítimas em todo o Brasil, segundo a Polícia Civil. No Rio, a associação criminosa era chefiada por um adolescente de 17 anos. Ele foi apreendido nesta terça-feira (27), em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). Outro acusado, de 14 anos, também estava entre os alvos da Operação Dark Room e foi localizado em Volta Redonda, no Sul Fluminense.  

.  Os agentes apuraram que as vítimas entravam no grupo de forma espontânea, achando que se tratavam de gamers, eram escolhidas após procura em perfis abertos nas redes sociais ou até mesmo indicadas por outros integrantes.  

O delegado Luís Henrique Marques conta que os criminosos faziam ameaças às vítimas.  

"Os desafios vão desde mostrar partes íntimas, zoofilia, prática de automutilação é isso vai aumentando gradualmente, ao ponto que a vítima começa a cumprir as exigências e fica cada vez mais vinculado a esse grupo, no final, tornando-se uma verdadeira escrava desses autores. São tarefas humilhantes. A vítima com medo de isso ser desvendado para amigos, colégios e os pais, cede às pressões desse grupo criminoso, que comete todo tipo de violência física e psicológica", explica.

De acordo com os agentes, os suspeitos mandavam as vítimas cometerem atos de extrema violência, contra elas mesmas e contra animais.  

Adolescentes eram chantageadas e constrangidas a se tornar escravas sexuais dos chefes do grupo para que eles cometessem os "estupros virtuais", que eram transmitidos ao vivo por meio das chamadas de vídeo. As vítimas eram xingadas, humilhadas e obrigadas a se automutilar. Os criminosos se entitulavam "Deus" ou "dono".

Durante as investigações, a polícia ainda obteve vídeos publicados nos servidores, onde animais são mutilados e sacrificados como parte de desafios impostos pelos administradores. 

A maioria das ações também era transmitida ao vivo em chamadas de vídeo para todos os integrantes do servidor.  

Muitos expectadores riam e vibravam com a crueldade, o que chamou a atenção do delegado Luís Henrique Marques.  

Além disso, os investigados também divulgavam pedofilia, zoofilia e faziam apologia aberta ao racismo, nazismo e à misoginia.  

As investigações começaram em março, após o compartilhamento de dados de inteligência com a Polícia Federal e Polícias Civis de diversos estados. Desde abril, mais de 10 pessoas foram presas e apreendidas.

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