Acusados pelo desaparecimento de advogada em Petrópolis viram réus

Técnico de informática acusado de ser mentor do crime, Lourival Correa Netto Fadiga, suas filhas e outra mulher estão presos

Por Daniel Henrique

Investigação apontou Lourival como mentor do
Reprodução/Câmera de Segurança

Os quatro acusados de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, viram réus. A informação foi confirmada pela delegada responsável pelo caso, Cristiana Onorato.

O técnico de informática acusado de ser o mentor do crime, Lourival Correa Netto Fadiga, e os filhos dele, Henrique Vieira Fadiga e Maria Luiza Fadiga, além de uma mulher apontada como amante dele, Rebecca Azevedo dos Santos, estão presos preventivamente.

Lourival convive com a família de Anic há três anos, quando se apresentou como policial federal e ganhou a confiança dos integrantes.

Segundo a delegada, a investigação em relação ao sequestro e os autores do crime já foi concluída. Apesar do relatório da Polícia Civil indicar que, inicialmente, Anic poderia ter participado do planejamento do crime, a investigação não conseguiu comprovar a suspeita.

Como o paradeiro da advogada ainda não foi descoberto, um novo inquérito foi aberto para seguir apurando o desaparecimento. A principal linha de investigação é a de que ela tenha sido assassinada.

Anic desapareceu no dia 29 de fevereiro. Ela foi vista pela última vez no Shopping Pátio Petrópolis, no Centro do município.

O marido dela, Bejamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, passou a receber mensagens pelo celular em que os supostos sequestradores exigiam o pagamento de R$ 4,6 milhões pelo resgate.

Sob orientação de Lourival, Benjamim realizou o pagamento em dinheiro em espécie, criptomoedas e 40 transferências bancárias.

No dia combinado para que Anic fosse libertada, Benjamim foi a um shopping na Zona Oeste do Rio, local combinado para que ela fosse deixada, enquanto Lourival seguiu com o dinheiro para supostamente entregar aos sequestradores. No entanto, com a quantia, ele comprou um carro de luxo, avaliado em R$ 500 mil, uma motocicleta e 950 celulares.

A Polícia Civil descobriu que com os aparelhos eletrônicos, Lourival abriu uma loja em Teresópolis, na mesma região.

Após o pagamento do resgate, a filha de Anic recebeu mensagens vindas do telefone da mãe. No texto, a advogada se despedia da jovem, dizendo que tinha conhecido e se apaixonado por uma outra pessoa e que começaria uma nova vida fora do país. Os investigadores atribuíram a mensagem à Lourival.

O caso só foi passado para as autoridades policiais 14 dias após o desaparecimento, pela filha de Anic. A investigação apontou Lourival como mentor do crime, com a participação dos filhos e da amante.

A defesa de Rebecca Azevedo disse que vai provar que ela não tem nenhuma participação no crime e que a prisão está sendo utilizada indiscriminadamente, prendendo todos aqueles que tiveram algum contato com Lourival, pressionando os detidos para que os investigadores tenham informações sobre o paradeiro de Anic.

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