Ação na Penha: Castro diz que vai investigar por que PMs não usavam câmeras

A operação terminou com 10 mortos. Nesta quinta-feira (3), o governador ainda classificou a ação como bem-sucedida

Por Pedro Dobal

Cláudio Castro afirmou que possíveis excessos serão investigados
Pedro Dobal

O governador Cláudio Castro afirma que abriu uma sindicância para apurar por que os policiais que participaram da operação que deixou 10 mortos no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, não utilizavam câmeras nos uniformes.

Dois PMs ficaram feridos durante a ação e já receberam alta. Segundo a corporação, todos os outros baleados eram criminosos. Três pessoas estão internadas com quadro de saúde estável no Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha. 

Em agenda nesta quinta-feira (3), Castro ainda classificou a ação como bem-sucedida e disse que possíveis excessos serão investigados e punidos de acordo com a lei.

A instalação de câmeras nos uniformes dos agentes foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, mas a Polícia Militar afirma que ainda está elaborando uma resolução com a Polícia Civil para regulamentar o uso dos equipamentos pelas forças especiais.

Segundo o comandante da PM, coronel Luiz Henrique Pires, as câmeras devem ser usadas por todos os batalhões até o fim do ano. Ele também destacou que a ação de quarta-feira (2), foi realizada após dados de inteligência apontarem que chefes do tráfico de drogas da região fariam uma reunião sobre a invasão de outras comunidades.

Durante a operação, os criminosos atearam fogo em barricadas para impedir que os policiais chegassem até a comunidade e dificultar a visibilidade dos agentes. Os bandidos ainda vestiam roupas camufladas parecidas com as do Batalhão de Operações Especiais. Para se diferenciar, os policiais chegaram a colocar faixas em alguns locais do corpo. 

Sete fuzis, munição e granadas foram apreendidos. Por causa da operação, o atendimento em unidades de saúde e escolas foi prejudicado. Pelo menos três mil e duzentos estudantes ficaram sem aulas.

O policiamento foi normalizado no Complexo da Penha nesta quinta-feira (3).

Ainda de acordo com o comandante da PM, entre os mortos na ação havia bandidos ligados aos ataques criminosos registrados em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, desde o início do ano.

Os alvos da operação foram integrantes do Comando Vermelho chefiados por Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão. Segundo a Polícia, o grupo comandado por ele também domina as comunidades do Quitungo e do Guaporé, na mesma região, e conta com o apoio de dezenas de homens fortemente armados. Belão é réu por tentar matar um policial militar e investigado por extorsão.

Até agora, pelo menos seis corpos foram identificados. Dois dos mortos eram apontados como gerentes da organização criminosa. Carlos Alberto Marques Toledo, o "Fiel da Penha", era responsável por gerenciar o tráfico de drogas da região da Chatuba e tinha sete mandados de prisão em aberto e 25 anotações criminais. Já Cláudio Henrique da Silva Brandão, o "Du Leme", tinha 16 anotações e chefiava o tráfico do Morro do Juramento. Além deles, foram identificados Alisson da Silva Monteiro, Cristiano Ferreira dos Santos, Felipe da Silva Guimarães Junior, o Zangado, e Paulo Vinicius Lima da Silva.

Em maio, outra operação deixou seis mortos no Complexo da Penha. Quatro eram considerados suspeitos pela Polícia Militar.

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