80% dos usuários do sistema metroviário no Rio de Janeiro utilizam o modal para deslocamento casa-trabalho-casa. Além disso, 90% dos passageiros estão concentrados nas classes C, D e E. Os dados são da concessionária MetrôRio e fazem parte da última pesquisa realizada pelo grupo, em setembro de 2022. O estudo foi enviado à Secretaria de Estado de Transportes em resposta ao pedido da pasta sobre a possibilidade de implementação da Tarifa Social no metrô.
Segundo a concessionária, 88% dos usuários estão na faixa etária de 20 a 59 anos. As mulheres representam a maioria dos passageiros, com 51%. Em relação aos termos geográficos, 21% residem fora da capital fluminense, segundo a concessionária MetrôRio. Os dados também apontam que 93% dos clientes indicariam o modal como meio de transporte.
A concessionária também apontou que o Rio de Janeiro possui a relação tarifa de metrô e salário-mínimo mais cara, na comparação com outras cidades que possuem o sistema de transporte metroviário.
O MetrôRio já considera que a passagem vai aumentar de R$ 6,50 para R$ 7,19, com a atual projeção do IPCA. No entanto, os usuários pagariam R$ 6,90, em abril. Para evitar uma nova queda de demanda, a concessionária pediu ao Governo a implementação da Tarifa Social. O grupo alega queda de 30% nos usuários, com a pandemia de Covid-19. A Secretaria de Estado de Transportes vai iniciar os estudos a respeito do tema.
Para o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, é fundamental a implementação de subsídio governamental em qualquer transporte do mundo.
“A tarifa metroferroviária no Rio de Janeiro, assim como em todas as cidades brasileiras, é muito cara para o poder aquisitivo da população. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais caras e não há a figura do subsídio. Qualquer lugar do mundo é fundamental o subsídio governamental para complementar a tarifa técnica. Cada vez mais a situação se agrava. Precisamos de um transporte integrado, abrangente e com uma tarifa que seja adequada ao poder aquisitivo da população”, disse o especialista.
Já em outro meio de transporte no Estado do Rio, a tarifa social deve ser iniciada no dia 2 de fevereiro. A SuperVia já começou a divulgar a necessidade dos passageiros habilitarem o Bilhete Único Intermunicipal. Os usuários do BUI não vão sofrer reajuste tarifário e continuam a pagar R$ 5. Por outro lado, aqueles que não utilizam o benefício, vão passar a pagar R$ 7,40, em fevereiro. Segundo dados da SEMOVE, antiga Fetranspor, e do Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação do Estado do Rio, a maioria dos usuários do sistema de transporte ferroviário não utilizam o Bilhete Único Intermunicipal.
O decreto que implementa a Tarifa Social Ferroviária foi publicado na semana passada. No entanto, o texto não indica o valor que será gasto anualmente pelo Governo do Rio para subsidiar o aumento da passagem. Os dados repassados pelo PRODERJ e pela Supervia apontam que o Governo deve dispor entre R$ 37 milhões e R$ 111 milhões de subsídio.