24 anos depois da tragédia que matou oito pessoas, 120 famílias de vítimas do desabamento do Edifício Palace II, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, vão dividir uma indenização de R$ 30 milhões. A decisão é do Superior Tribunal de Justiça.
O valor corresponde a um terço de um terreno leiloado, em Brasília, em 2017. O espaço pertencia a empresa Sersan, que planejou o Edifício Palace II, que desabou na madrugada do dia 22 de fevereiro de 1998. Na época, as investigações da Polícia apontaram que o imóvel foi construído com erros de cálculo no projeto e materiais de má qualidade.
Mas, segundo o advogado que representa as famílias, Eduardo Lutv, o valor da indenização não quita a dívida deixada pelo dono da empresa Sérgio Naya, que morreu em 2009.
Em torno de R$ 150 milhões é o debito dele hoje. R$ 30 milhões representa 20% desse valor. Tenho que procurar dentro de patrimônio dele, imóveis que estão no nome dele, pedir o juiz pra levar ao leilão...", diz o advogado
Rauliette Guedes, ex-moradora, pagou, na época, cento e vinte e cinco mil reais em um apartamento. Hoje, de acordo com o Índice Geral de Preços do Mercado da FGV, esse valor equivale a quase um milhão de reais.
Hoje o preço de um apartamento lá está muito acima do que a gente pagou, afirma Rauliette
No entanto, mesmo com a decisão do STJ, não há um prazo para as famílias começarem a receber a indenização. Isso porque o processo volta ao Tribunal de Justiça do Rio, para que um perito faça o cálculo do valor a ser pago a cada família.